26-08-2019

Inovação por natureza

CÁTILO CÂNDIDO Presidente Executivo da Abralatas

CÁTILO CÂNDIDO
Presidente Executivo da Abralatas

O bom número de crescimento das vendas em 2018 veio justamente no meio de uma das maiores crises econômicas da história. O motivo deste crescimento diferenciado foi impulsionado por vários fatores, mas apenas uma razão: muito trabalho. A modernização da lata, o aperfeiçoamento do processo industrial, o bom engajamento com toda cadeia produtiva, saber ouvir clientes e consumidores. Isto tudo foi fundamental nesta conquista. Além disso, fomos premiados com dois eventos importantes: o Mundial de Futebol na Rússia e o processo eleitoral no Brasil. Aonde tem concentração de pessoas, comemorações, festejos pode ter certeza que tem lata – produto seguro e de qualidade.

Mas o resultado dos últimos anos indica que há algo a mais na preferência pela lata de alumínio.  Parece apontar para uma tendência quando percebemos que o aumento tem sido bem superior ao das vendas de cervejas por anos seguidos. Hoje, a lata envasa mais de 50% da cerveja fabricada no país e passa a atrair, cada vez mais, um número elevado de produtores artesanais.

A lata se tornou a embalagem favorita dos envasadores de cerveja no país porque conquistou a preferência dos consumidores… Ou seja, soubemos ouvi-los e oferecemos exatamente o que foi esperado nesses trinta anos de fabricação no Brasil.

Quando as primeiras latinhas saíram da linha de produção da fábrica de Pouso Alegre (MG), algumas mudanças ocorriam no mundo, no Brasil e na cabeça do consumidor. A novidade alterou, por exemplo, a logística dos supermercados, que acabaram com áreas de estoque de engradados. A latinha trouxe comodidade ao consumidor, por gelar mais rápido e por permitir ser levada com segurança para ambientes diversos, como praias.

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Com tecnologia renovada a todo momento, permitiu ao envasador imprimir embalagens ajustadas a cada festividade, com rótulos diferenciados, como os que brilham no escuro ou que indicam a temperatura ideal para consumo. Mais leve, reduziu o peso na distribuição da bebida pelo país, o que significa menos custo e menos poluição.

Soma-se a isso a adequação ao perfil cada vez mais exigente do consumidor moderno, que se preocupa com o impacto sustentável de suas escolhas, que é capaz de avaliar e decidir seu “custo ambiental”. Quando passou a ser fabricada no Brasil, a lata trouxe consigo campanhas inéditas de reaproveitamento da embalagem. Foi um movimento que auxiliou na educação ambiental do consumidor brasileiro.

Falta ainda, no nosso entender, que políticas públicas sejam adotadas para orientar esse consumo sustentável, estimulando a produção de bens e serviços de baixo impacto ambiental. Vamos continuar trabalhando por instrumentos econômicos que possam incentivar a reciclagem, e de modo geral proteger nosso meio ambiente.

Neste momento em que as variações climáticas causam tantos transtornos no nosso dia a dia, não é o caso esperar outros trinta anos para se buscar soluções que já estão ao nosso alcance, como a latinha.