26-08-2019

Em cenário de mudanças, a latinha chegava ao Brasil

Queda do Muro de Berlim, em 1989

Primeira lata de alumínio produzida no Brasil

Primeira lata de alumínio
produzida no Brasil

Queda do Muro de Berlim, em 1989

Queda do Muro de Berlim, em 1989

O ano era 1989. O Brasil estava em um momento político singular: pela primeira vez depois do regime militar, a população elegia de forma direta um presidente da República. Partidos antes clandestinos foram legalizados. Vinte e duas candidaturas à presidência foram lançadas, quantidade recorde de candidatos a presidente em uma eleição. Na Europa, acontecia o processo de desagregação do bloco socialista. A União Soviética vinha em crise ao longo dos anos 80 e o Leste Europeu já dava sinais de insatisfação em relação ao regime. Cai, então, o Muro de Berlim, construído pela Alemanha Oriental para separar a capital alemã ocidental, não comunista, da Berlim Oriental.

Nas ruas, roupas coloridas e maquiagens vibrantes. Os penteados da moda eram o pigmaleão e o mullet e faziam a cabeça dos astros e estrelas. A Tieta, de Jorge Amado, estava na TV, e uma sátira das relações políticas no país fazia o povo rir com a novela “Que rei sou eu?”.  A cultura pop fervilhava com vários hits de Madonna no topo das paradas das rádios de todo o mundo. O Brasil dançava ao som da lambada, que dava nome à música mais ouvida naquele ano. “Lambada”, da cantora Kaoma, também ficou conhecida por aqui como “Chorando se foi”. O hit se tornou um sucesso em 1989 pela originalidade do ritmo ‘caliente’ e sensual que virou uma febre. A cantora ainda emplacou a divertida “Dançando Lambada”.

Matéria de jornal sobre as Eleições de 1989

Matéria de jornal sobre as Eleições de 1989

Foi nesse cenário que uma nova personagem passava a fazer parte da vida dos brasileiros. Há 30 anos, as primeiras latinhas de alumínio passaram a ser fabricadas no país, trazendo uma modernidade que se renova permanentemente até os dias atuais, seja com seus formatos diferenciados, cores atrativas, seja pela sustentabilidade, proteção ao sabor da bebida, sofisticação quando necessário, volume adequado, tecnologia na sua mão.

Para Carlos Pires, presidente da Ball, a lata de alumínio sempre esteve à frente do seu tempo. “Rompeu padrões e desafiou a engenharia com suas duas únicas peças. Junto com ela, nasceu também uma nova maneira de pensar valores econômicos, processos produtivos mais velozes e uma evolução no conceito de embalagem que ditou novas formas de armazenamento, transporte e comunicação das marcas.”

Paulo Dias, presidente da CanPack Brasil, destaca a ótima evolução da lata de alumínio no país. Ele conta que, até 1993, a produção anual brasileira mal passava de 1 bilhão de latas. Hoje são fabricadas 26 bilhões de unidades por ano. “Naquela época, nem os mais otimistas de nós apostariam em um crescimento tão incrível.”

Sobre os próximos 30 anos, o presidente da CanPack Brasil aposta em um futuro igualmente promissor. “Minha expectativa é que as gerações vindouras mantenham o crescimento sustentável da lata, e que ela assuma, definitivamente, sua posição de liderança no setor de embalagens para bebidas. Eu não espero nada menos do que isso”.

O presidente da Ardagh, Jorge Bannitz, também acredita que o setor seguirá crescendo e conquistando espaço entre as embalagens. “Estamos preparados para atender a esse desafiador mercado, que deverá demandar investimentos importantes para a nossa indústria”, reforça.

O presidente da Crown Embalagens, Wilmar Arinelli, destaca que ao longo de três décadas houve uma excelente evolução e otimização no uso das matérias-primas utilizadas na fabricação de latas de alumínio. “A indústria eliminou os desperdícios do tradicional ciclo linear ao investir no processo circular. Trouxemos muitos benefícios ao meio ambiente e acredito que, futuramente, iremos avançar fortemente como a melhor solução para diversos cenários”, destaca.