07-06-2018

Tecnologia aproxima consumidor do prazer de degustar sua bebida

 

Coca_Cola_em_braile.lata

Hoje, ela pode “falar” com você. Pode “tocar” uma música ou mesmo exibir um vídeo. Pode até interagir em braile… Produzidas inicialmente em três partes (corpo, fundo e tampa), aproveitando os equipamentos utilizados para a fabricação da antiga lata de aço, as latinhas receberam atualizações nos últimos trinta anos, até se transformarem em embalagens sofisticadas, adequadas a cada momento de consumo e alinhadas com o que há de mais moderno na tecnologia. “A todo momento, a tecnologia aproveita as peculiaridades da lata e transforma a bebida em um canal de comunicação com o consumidor”, argumenta Renault Castro, presidente executivo da Abralatas.

O avanço tecnológico se deu basicamente em dois fatores: novos formatos e tecnologia de impressão. Na área de formato, foram estudadas alterações na embalagem que preservassem suas características estruturais. “Existe uma engenharia complexa por trás da fabricação da lata, que tem uma espessura fina como um fio de cabelo e suporta até mil vezes o seu peso”, explica Renault. A pressão interna sobre o cilindro de alumínio garante a resistência, mas tem um limite. “Os fabricantes se esforçam para reduzir ainda mais a quantidade de alumínio por lata, o que tem um impacto significativo também para o meio ambiente. São toneladas e toneladas de alumínio que deixarão de ser utilizadas”, completa.

Mas foram as inovações na rotulagem que garantiram um avanço significativo na modernização da embalagem. “O processo de impressão permitiu texturas, tintas que mudam de cor com a mudança de temperatura, rótulos que brilham no escuro. A lata consegue aproximar o consumidor do prazer de degustar sua bebida preferida, ajuda a tornar o momento do consumo ainda mais estimulante. É algo que os envasadores percebem e os consumidores agradecem”, explica.

O diferencial da embalagem estimulou campanhas especiais dos fabricantes de bebidas. A tecnologia permitiu, por exemplo, a impressão simultânea de rótulos diferentes. O objetivo desse processo de impressão é permitir que os fabricantes de bebidas usem a lata em caráter promocional, permanente e com escala comercial. Isso permitiu à Coca-Cola desenvolver uma campanha com nomes diferentes impressos e, mais recentemente, com imagens de artistas.

pepsi_max_futbolnow_blippar_world_cupAs possibilidades de impressão na lata ganharam destaque com a Realidade Aumentada. Durante a Copa do Mundo de 2014, a Pepsi lançou uma campanha na Europa com uma lata que, ao ser escaneada por um celular, permitia ao usuário participar de um jogo interativo de futebol com craques de seleções. Bastava ter o aplicativo da Blippar, uma empresa especializada em Realidade Aumentada que trabalhou em parceria com empresas de refrigerantes.

“A embalagem do produto provou ser uma das maneiras mais eficientes de criar Realidade Aumentada para marcas”, avalia Mikela Eskenazi, diretora comercial da Blippar, em entrevista para a Metal Packaging Europe. “Uma marca deve ver seu produto como um novo canal digital para se comunicar. A Realidade Aumentada permite que você direcione o cliente de seu produto offline ao conteúdo de seus canais online”, concluiu.

No caso da Coca-Cola, a Blippar transformou a lata em uma jukebox, aquelas máquinas de música. Em uma parceria com a Spotify, a Coca oferecia o acesso a músicas, bastando usar o aplicativo para escanear a lata. “Por causa do engajamento do consumidor, levantamos muitos dados de consumo. Temos informações sobre quando e onde as pessoas interagem com a bebida, por exemplo”, completou Mikela.

Coca-Cola-with-QR-Code

 

A facilidade de impressão diferenciada em um mesmo lote de latas permite a inclusão de QR Code com informações diferentes, que podem levar o consumidor a outros ambientes da Internet ou até mesmo oferecer códigos de desconto.