24-08-2016

Setor ganha nova configuração com entrada de player e aquisição de fabricante

saída do forno da lavadora

O Brasil conta com um novo player no mercado de fabricação de latas para bebidas. A companhia europeia Ardagh (Ardagh Group) adquiriu 20% das fábricas de produção de latas e tampas para bebidas da Ball e da Rexam na Europa, no Brasil e nos Estados Unidos, em um acordo avaliado em US$ 3,42 bilhões. Nessa nova configuração do setor, a Ardagh passa a atuar no Brasil como a terceira maior fabricante de embalagens para bebidas do mundo.

“Estamos satisfeitos em expandir nosso negócio de embalagens com a adição de uma empresa líder na fabricação de bebidas em lata”, afirmou o presidente da Ardagh, Paul Coulson, à revista The Manufacturer. Para ele, a operação é complementar aos negócios em que já operam, nos setores de metal e de vidro.

A venda dos ativos da Ball para a Ardagh incluiu 12 fábricas na Europa, oito nos EUA e duas no Brasil. A entrada da fabricante de embalagens, sediada em Luxemburgo, atende a uma exigência dos órgãos reguladores em todo o mundo para a aprovação da aquisição da Rexam pela Ball por US$ 6,85 bilhões. No caso brasileiro, a medida atende às exigências apresentadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para aprovação da operação.

De acordo com analistas da Morningstar, líder em pesquisas independentes de investimentos, as duas companhias (Ball e Rexam) detinham 69% do fornecimento de latas para bebidas na Europa, 74% no Brasil e 60% na América do Norte.

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CARLOS MEDEIROS Presidente da Ball no Brasil

Com a aprovação pelo CADE, a Ball passou a ter fábricas em Águas Claras (RS), Belém (PA), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Extrema (MG), Jacareí (SP), Pouso Alegre (MG), Recife (PE), Santa Cruz (RJ) e Três Rios (RJ), além de unidades produtoras de tampas em Simões Filho (BA), Manaus (AM) e Recife (PE).

“Essa aquisição permite à Ball ter as melhores práticas das duas empresas e, com isso, aumentar a eficiência das nossas operações”, afirmou Carlos Medeiros, presidente da empresa no Brasil.

Dessa forma, a Ball passa a ser líder do mercado brasileiro de latas para bebidas, seguida pela Crown Embalagens, que tem unidades em Cabreúva (SP), Estância (SE), Manaus (AM), Ponta Grossa (PR) e Teresina (PI), e pela Ardagh, que passou a administrar as unidades de Alagoinhas (BA) e Jacareí (SP).

Em 2015, foram comercializadas 24,1 bilhões de latas para bebidas no Brasil, o terceiro maior mercado mundial, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

Setor em alerta

Wilmar Arinelli

WILMAR ARINELLI Presidente da Crown Embalagens

A crise econômica pela qual passa o país também preocupa o setor de fabricação de latas para bebidas. “Acreditamos que, devido ao cenário econômico desfavorável, 2016 pode fechar com retração no nosso setor, a primeira depois de vários anos de crescimento. Diferentemente do que ocorreu por ocasião da Copa do Mundo de Futebol, as Olimpíadas, por serem um evento localizado, não devem agregar grande volume ao consumo de latas para bebidas neste ano”, afirmou o presidente da Crown Embalagens, Wilmar Arinelli.

Porém, as fabricantes apostam que a versatilidade da lata é o que manterá esse mercado aquecido. “Tanto a Crown quanto seus concorrentes têm à disposição dos clientes diversos tamanhos e formatos de lata. Essa diversidade é sem dúvida uma vantagem competitiva em relação a outras embalagens, pois viabiliza o atendimento em diversos momentos de consumo. Além disso, o uso de tintas e vernizes especiais permitem várias configurações de rótulo, tornando a lata uma embalagem muito mais versátil para nossos clientes”, concluiu Wilmar.

Para a Ball, o reforço nas ações para fortalecer ainda mais a imagem da lata como melhor alternativa de embalagem para bebidas se torna de fundamental importância. “A estratégia da empresa é de viabilizar cada vez mais a lata em alternativa às outras embalagens para bebidas. Em termos de novidades, destaco o lançamento de um novo rótulo, a Therezópolis Premium Beer. Trata-se de uma cerveja artesanal, segmento que vem em franco crescimento e que acompanhamos com bastante atenção”, concluiu Carlos Medeiros, presidente da Ball no Brasil.

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