24-08-2016

Minilatinhas caem no gosto do consumidor na busca por menos calorias

Os hábitos de consumo da população são indicativos fundamentais na elaboração dos produtos por parte da indústria e, vez ou outra, acabam provocando verdadeiras revoluções. Prova disso são as minilatinhas, como os formatos squatslim e sleek de 250 ml e 269 ml, nova aposta dos fabricantes de refrigerantes que perceberam a mudança de comportamento de seu público, cada vez mais preocupado com o consumo exagerado de calorias. Preço e praticidade são outros fatores que também levaram esses produtores a ajustes na linha de produção, ao aumentarem o espaço das minilatinhas em seus portfolios. Aposta certeira.

Um dos pontos que faz das minilatinhas um sucesso entre os consumidores diz respeito à saúde, considerando principalmente que mais da metade da população tem problemas relacionados com o excesso de peso.

mini_lata_bonbon_uvaA queda no consumo de refrigerantes emitiu um alerta à indústria. De acordo com dados recentes do Sistema de Controle de Bebidas da Receita Federal do Brasil (Sicobe), nos seis primeiros meses de 2016, a queda acumulada chegou a 4,2% frente ao mesmo período de 2015. Sendo assim, as minilatinhas de 250 ml, que têm 100 ml a menos que as tradicionais e, consequentemente, menos calorias, tornaram-se uma agradável opção aos consumidores que não querem deixar a bebida de lado, mas sem exagero.

Outra questão diz respeito ao preço: “As grandes empresas fizeram pesquisas e perceberam que os consumidores preferem a bebida em embalagens menores, e que estas fazem com que as pessoas comprem mais”, afirma Ana Victoria Gonçalves, do Departamento de Economia da Associação de Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras). O refrigerante em lata de 250 ml (formato squat de 8,4oz) pode ser encontrado por cerca da metade do preço do refrigerante em embalagem de 600 ml. Ou seja, ajuda quem quer economizar também.

A estratégia dos fabricantes de refrigerantes vem alcançando bons resultados no Brasil. Prova disso é que a meta da Coca-Cola é ter as embalagens menores disponíveis em 70% dos pontos de venda de todo o país até o fim dos Jogos Olímpicos.

mini_lata_coca_cola_squatA estratégia da Coca-Cola Brasil em relação ao investimento em embalagens menores teve início em 2006, quando a lata squat foi lançada com o objetivo de atender ao consumidor em trânsito. A ideia de oferecer diferentes tamanhos para diferentes momentos de consumo foi avançando e se consolidando na busca por se adaptar aos diferentes paladares e estilos de vida, seja com açúcar ou com adoçantes, estimulando o consumo de bebidas gaseificadas em embalagens menores.

O mais novo lançamento no mercado foi feito pela H2OH!, que diminuiu o tamanho e mudou o material da embalagem de alguns sabores da bebida, originalmente de 500 ml em PET, para 310 ml em lata nas versões limão e limoneto. “Cada vez mais nosso objetivo é oferecer produtos que atendam às necessidades dos consumidores em diferentes momentos”, conta Felipe Ghiotto, diretor de marketing da marca.

Participação da lata – Os números do Sistema de Controle de Produção de Bebidas da Receita Federal do Brasil (Sicobe) indicam um leve crescimento da participação da lata no mercado de refrigerantes em 2015, apesar da queda geral da produção da bebida. A lata representou 10,03% do volume total de refrigerante fabricado no Brasil, enquanto em 2014 a participação foi de 9,97%. A produção de refrigerantes em 2015 caiu 5,9%, aponta o Sicobe.

Segundo o presidente executivo da Abralatas, Renault Castro, a tradicional latinha de 350 ml reinava absoluta, mas nos últimos anos houve diversificação da produção. Hoje, pelo menos um terço do que é produzido no país está em formato diferente do tradicional, com latas maiores e menores. “Com investimentos e novas linhas de produção, foi possível atender à necessidade do consumidor e dos envasadores, oferecendo latas em formatos e tamanhos adequados a cada ocasião de consumo”, concluiu.