07-06-2018

Um ano para consolidar o crescimento do setor

RENAULT DE FREITAS CASTRO Presidente Executivo da Abralatas Economista formado pela UnB, com MBA em Direito Econômico pela FGV e mestrado (M.Sc.) pela Universidade de Oxford, Inglaterra.
RENAULT DE FREITAS CASTRO Presidente Executivo da Abralatas Economista formado pela UnB, com MBA em Direito Econômico pela FGV e mestrado (M.Sc.) pela Universidade de Oxford, Inglaterra.

RENAULT DE FREITAS CASTRO
Presidente Executivo da Abralatas
Economista formado pela UnB, com MBA em Direito Econômico pela FGV e mestrado (M.Sc.) pela Universidade de Oxford, Inglaterra.

Eventos como a Copa do Mundo de Futebol e as Eleições sempre produzem grandes emoções também para o setor de bebidas e embalagens. E os dois eventos surgem no calendário de 2018 como um apoio ao otimismo percebido desde o ano passado, dando sustentação a um movimento de crescimento nas vendas que deve se repetir neste ano também.

O Mundial de Futebol, a ser realizado dessa vez na distante Rússia, ocorre em um período de baixo consumo no Brasil. Em decorrência da queda de temperatura, junho e julho são os meses de menor consumo de cerveja no ano, mesmo com a ocorrência de outros eventos, como as festas juninas. O resultado é que uma Copa do Mundo, mesmo a 11 mil quilômetros de distância, estimula o consumo no Brasil, transformando nosso resultado de inverno em um resultado de verão!

Já em relação às Eleições, há dois fatores importantes para o setor. O primeiro é a multiplicação por todo o país de grandes encontros políticos. Nessas concentrações de pessoas, sempre há espaço – e argumentos! – para o consumo de bebidas. O segundo motivo, especialmente para a lata de alumínio para bebidas, é a oportunidade de colocar na pauta eleitoral e na cabeça de candidatos que há eleitores preocupados com o meio ambiente e com o consumo sustentável.

Nesse cenário, as latinhas ampliam sua presença em todo o país. Chegam novos players – a polonesa CanPack e a irlandesa Ardagh, grandes fabricantes mundiais – que se juntam às americanas Ball e Crown Embalagens, percebendo o potencial do mercado do país e de todo o continente. A expectativa positiva vem em forma de investimentos, com novas unidades inauguradas, modernização de equipamentos, inovações na embalagem.

A produção descentralizada, espalhada por todas as regiões do país, permite o uso da lata por número cada vez maior de fabricantes de bebidas. Esse movimento já é percebido com o crescimento da produção da cerveja artesanal, que começa a buscar na lata uma solução mais adequada para preservar o sabor da bebida. Com equipamentos de envasamento móveis ou compartilhamento de unidades por diversos pequenos fabricantes, o certo é que a lata expande seu alcance, escancarando o potencial do país para a embalagem.

O Brasil é o terceiro maior produtor de latinhas – atrás apenas da China e dos Estados Unidos – e é o maior reciclador dessa embalagem do mundo, dando um exemplo de que é possível sim investir em economia circular. Nossa produção ultrapassa 25 bilhões de unidades por ano e quase a totalidade disso volta a ser lata novamente, com uma recuperação de aproximadamente 280 mil toneladas de alumínio.

Isso não é pouco. Significa que 1,4 milhão de toneladas de bauxita deixaram de ser extraídas. Resíduos deixaram de ser jogados por aí. Deixaram de ir para o mar.

Vale a pena produzir com menos impacto ambiental. Difícil é competir com quem não faz a sua parte.

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