07-06-2018

Indústria cresce 4,9% em 2017 e espera resultados semelhantes neste ano

foto_(24)O setor de embalagens deu os primeiros sinais de que a economia brasileira está se recuperando, e fechou 2017 com um crescimento global de 1,96% na produção física, segundo a Associação Brasileira de Embalagem (Abre). A resposta foi ainda mais animadora na indústria de latas de alumínio para bebidas, com um crescimento de 4,9% sobre as vendas do ano anterior, ampliando sua participação no mercado de bebidas, que registrou aumento de 1% no mesmo período, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com a produção ultrapassando 25 bilhões de unidades/ano, os fabricantes de latas de alumínio para bebidas têm a expectativa de que os números de 2018 serão similares. “Temos grandes eventos neste ano, como a Copa do Mundo e atividades eleitorais, quando tradicionalmente há aumento no consumo de bebidas”, destaca Renault Castro, presidente executivo da Abralatas.

A principal aposta do setor são os jogos da Copa do Mundo de futebol. Mesmo sendo realizado a 11 mil quilômetros do Brasil, na Rússia, o evento estimula a reunião de torcedores para assistir às partidas, seja em suas casas, seja em ambientes externos, como bares. “Mais do que isso. O evento ocorre no inverno brasileiro, período de baixo consumo de bebidas. Com a transmissão dos jogos e com os torcedores reunidos, é como se tivéssemos outro mês de consumo pleno. A venda de bebidas em junho e julho, período da Copa, acaba se equiparando a meses de verão, ampliando a média anual”, explica Renault.

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“O evento reduz a sazonalidade do nosso mercado e, dessa forma, a performance observada em 2017 de 5% deve ser o crescimento mínimo esperado para 2018”, afirma Jorge Bannitz, presidente da Ardagh Group no Brasil. “Provavelmente teremos um crescimento em torno de um dígito médio”, reforça Wilmar Arinelli, presidente da Crown Embalagens.

Outros pontos importantes estão sendo levados em consideração na projeção do resultado de 2018. “Os principais fatores serão a consolidação da retomada econômica, com juros baixos, melhora do emprego e o consumidor ganhando ainda mais confiança”, explica Carlos Pires, presidente da Ball. “Se as últimas previsões de crescimento do PIB se confirmarem, somadas à tão esperada melhora nos níveis de emprego, acredito que teremos uma surpresa bastante positiva para o mercado de latas neste ano”, acrescenta Paulo Dias, presidente da CanPack Brasil.

Diferencial competitivo

Às vésperas de completar trinta anos de fabricação no Brasil, a lata de alumínio para bebidas se consolida como uma embalagem moderna, prática, segura, eficiente e sustentável. Esses fatores acabam garantindo à embalagem uma vantagem competitiva em relação às concorrentes do mercado de bebidas, explica Renault Castro. “Com produção descentralizada, atendemos fabricantes de bebidas de todo o país, oferecendo uma embalagem em diversos tamanhos, com possibilidade de rotulagem de acordo com as campanhas do cliente. A lata pode ser comercializada em grandes concentrações de pessoas, sem o risco de quebrar e machucar o consumidor. Gela mais rápido. Protege melhor o sabor da bebida, o que é extremamente importante para o apreciador de uma boa cerveja, por exemplo. Ou seja, temos uma embalagem com muitas vantagens para o envasador e para o consumidor. Mas talvez a mais reconhecida seja a sustentabilidade, pelo fato de ser comprovadamente a embalagem mais reciclada do mundo.”

Os fabricantes ampliam esse diferencial competitivo da latinha com outras ações internas. “Um dos pilares estratégicos da Ball é a sustentabilidade. Estamos preocupados em equilibrar nossos impactos econômicos, ambientais e sociais para alcançarmos sucesso no longo prazo. E isso significa, claro, estar comprometido com projetos de redução de consumo de energia, reaproveitamento de água e eficiência no uso de metal. Estamos alinhados e no caminho certo para atingir o objetivo global da Ball de reduzir nossa pegada de carbono em 25% até 2020 no segmento de latas para bebidas”, informa Carlos Pires.

“A Crown trabalha com metas claras para redução do impacto ambiental em suas operações. Temos ações voltadas para a redução do uso de água, papel, energia, entre outros”, conta Wilmar Arinelli. “A CanPack tem uma série de projetos, em nível global e local, para redução e otimização do consumo de água, energia, gás, matérias-primas, alumínio etc. Entendemos que, além de garantir um retorno adequado aos nossos acionistas, também temos a obrigação de zelar pelo bom uso dos recursos naturais e pelo bem-estar da sociedade”, completa Paulo Dias. “Desde o início das operações no Brasil, a Ardagh Group vem implementando inúmeras ações que visam à redução do consumo de energia, gás, assim como de recursos naturais, o que garante a redução da nossa pegada de carbono”, reforça Jorge Bannitz.