23-12-2009

Venda de latas cresceu 11,7% em 2009

Aumento da renda média da população brasileira, temperaturas mais quentes no país e a Lei Seca contribuíram para o aumento do consumo da embalagem

O consumo de latas de alumínio no país em 2009 surpreendeu o mercado e apresentou um crescimento muito superior ao registrado por outros setores da economia. Os números, divulgados pela Abralatas, mostram um aumento de 11,7% sobre o ano anterior. Isso representa o consumo de 14,8 bilhões de unidades ou 40,5 milhões de latas de alumínio por dia.

O dado mostra a consolidação do setor, que resistiu ao impacto da crise financeira internacional anunciada ao final de 2008 e teve crescimento maior até mesmo que o da economia nacional. O aumento do poder aquisitivo do brasileiro é visto por especialistas como um dos principais fatores que contribuíram para o maior consumo da embalagem.

Com o aumento da sua remuneração, o consumidor busca um melhor padrão de vida e passa a demandar produtos que lhe proporcionem mais sofisticação e conforto, como as bebidas em lata. O diretor executivo da Abralatas, Renault Castro, explica que esse comportamento positivo nas vendas foi observado de forma geral em todo o varejo, como um reflexo do aumento do consumo das famílias, da redução do desemprego e da retomada do crescimento da geração de novos postos de trabalho. “Desde o segundo semestre de 2009 observamos a expansão nas vendas de produtos em supermercados, principalmente em relação a bebidas em geral”, observa o diretor executivo. “No caso da lata, houve um crescimento ainda superior à venda de bebidas, mostrando que essa embalagem conquistou novas fatias de mercado e que um maior número de produtos passaram a usar a lata como embalagem”, acrescenta.

Nesse caso, segundo Renault, inclui-se a maior disponibilidade das chamadas “bebidas saudáveis” na versão em lata, como por exemplo, sucos, chás, águas saborizadas, e também bebidas mais sofisticadas como vinhos, espumantes, energéticos e diferentes tipos de cervejas. Dados da Nielsen refletem essa expansão no mercado de latas. A participação da lata na venda de cervejas, por exemplo, passou de 31,5% em novembro de 2008, para 34% em 2009.

O diretor comercial da Rexam, Renato Estevão, chama atenção para a contribuição do clima (com temperaturas mais quentes durante o ano, estimulando o consumo de bebidas), da Lei Seca e da participação dos novos formatos de latas como fatores essenciais para a conquista de bons resultados na comercialização da embalagem em 2009. Segundo ele, com a entrada da Lei Seca, em vigor em todo país desde julho de 2008, houve um aumento do consumo domiciliar de bebidas alcoólicas, constatado com o crescimento das vendas em supermercados – considerados o maior ponto de venda da lata. “A participação do consumo em supermercados é importante, pois representa mais de 70% das vendas de cervejas em lata”, destaca Renato Estevão.

Para o diretor comercial da Rexam, os formatos especiais, como por exemplo, a lata sleek (270 ml), introduzida pela Rexam no mercado de cervejas, refrigerantes e energéticos também devem ser associados ao crescimento do mercado em 2009. Apesar de ser considerado um segmento relativamente pequeno, as vendas de latas em formatos especiais têm apresentado um crescimento muito superior às de latas no formato tradicional (350 ml).

Produção e consumo de latas devem continuar a crescer em 2010

Com olhar no passado – aumento anual médio de 10% nos últimos quatros anos – e também no futuro – expectativa de crescimento da demanda com as chegadas da Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016 – o setor de latas de alumínio tem investido para garantir o fornecimento da embalagem às fábricas de bebidas. Só no ano passado, houve um crescimento de 20% da capacidade instalada no país, que passou de 14,4 bilhões de unidades/ano, em 2008, para 16,8 bilhões.

A expansão é resultado de grandes investimentos dos fabricantes voltados para a ampliação de linhas de produção e inauguração de duas novas fábricas: uma da Latapack-Ball, em Três Rios (RJ) e outra da Crown, em Estância (SE). A instalação da Crown em Sergipe, desde fevereiro de 2009, representou um investimento total de U$ 50 milhões de dólares.

A fabricante, apostando no crescimento das vendas da embalagem, anunciou ainda para 2010 a liberação de mais US$ 60 milhões de dólares (R$ 140 milhões) direcionados à construção de uma nova unidade em Ponta Grossa (PR). “A previsão é de que a fábrica passe a funcionar no primeiro trimestre de 2011, com capacidade de fabricação de um bilhão de latas ano”, ressaltou o diretor comercial da Crown, Altair Frulane. “Essa expansão vem ao encontro das necessidades do mercado, cujo crescimento permitiu a manutenção de todos os investimentos previstos, mesmo após um ano em que houve o anuncio de uma retração econômica mundial”, acrescentou.

Já a nova fábrica da Latapack-Ball em Três Rios, começou a operar em novembro de 2009 inicialmente com capacidade para 800 milhões de latas/ano. No entanto, a instalação permite ampliação com potencial para
o funcionamento de até três linhas de produção (3,5 bilhões de latas/ano).

>> Notícias da Lata - Edição 29

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