23-12-2009

Revista Pró-Teste comprova ineficiência do lacre em latas

Mais uma comprovação de que o uso do lacre em latas não representa higiene e nem segurança para a saúde. A revista “Pró-Teste”, em sua edição de dezembro de 2009, fez um teste laboratorial e um levantamento junto ao consumidor comparando 24 tipos de cervejas pilsen (sendo 14 em lata 350 ml e outras 14 em garrafa long neck 355 ml).

A bebida foi avaliada levando em consideração a embalagem do produto, a marca, o sabor e até o preço. Em relação à embalagem, o resultado da pesquisa não foi diferente do que já vinha sendo alertado pela Abralatas: o lacre não garante proteção higiênica.

No teste laboratorial encomendado pela revista constatou-se contaminação nas latas com ou sem lacre que estiveram em contato com água contaminada por bactérias. Foram simuladas duas situações de risco de contaminação. As latas de cervejas foram submetidas ao resfriamento em geladeira/congelador doméstico e em gelo com água contaminada. No primeiro caso, não houve contaminação nas embalagens (com ou sem lacre). O teste mostrou que o problema está na forma de condicionamento do produto e que o lacre é incapaz de mudar essa situação.

Segundo a revista, a melhor forma de evitar problemas é lavar a embalagem com água e sabão antes do consumo. A pesquisadora da área técnica da associação dos consumidores e responsável pela pesquisa, Fernanda Ribeiro, reforça a necessidade de lavar a lata mesmo no caso daquelas que possuem o selo de proteção. “O ideal é que se lave a lata antes do consumo, pois não se sabe a forma como a embalagem foi armazenada. Lavar é a única forma de combater a contaminação, já que ficou comprovado que a contaminação do local de armazenamento com bactérias passa pelo lacre”, destaca a pesquisadora.

O resultado observado pela revista “Pró-Teste” já havia sido obtido em outros estudos como os realizados pelo Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea), do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital). O diretor executivo da Abralatas, Renault Castro, diz que a associação tem trabalhado para esclarecer a população e autoridades públicas sobre a ineficácia do lacre.

A entidade também tem atuado para combater projetos que tornem obrigatório o uso do selo. Nesses casos, as propostas têm sido derrubadas pelo fato de não garantir a proteção do consumidor – pelo contrário, propicia a proliferação de micro-organismos – e pela inconstitucionalidade ao interferir no comércio entre estados. “Não tem sentido tornar obrigatório o uso de um artefato que é comprovadamente ineficaz e que só aumenta o custo da lata para o consumidor”, destaca o diretor ao afirmar que o lacre deve ser visto apenas como instrumento de marketing do produto, e não deve ser confundido com proteção higiênica.

>> Notícias da Lata - Edição 29

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