Os desafios do setor, especialmente com o processo de industrialização da China nos últimos 15 anos, e o futuro da indústria do alumínio no Brasil foram analisados em um estudo elaborado pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal), em parceria com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Observatório Sistema FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná). O documento, a Rota Estratégica da Cadeia Brasileira do Alumínio 2030, propõe de maneira estruturada e participativa um planejamento de longo prazo para esse importante setor da economia brasileira.
A Rota Estratégica trata das especificidades de cada elo da Cadeia Brasileira do Alumínio – Mineração e Transformação Primária; Reciclagem; Semimanufaturados e Aplicação de Produtos de Alumínio – e traça caminhos de crescimento, inovação e desenvolvimento sustentável para todo o setor. “Entender as ameaças e as oportunidades que são colocadas diante de nós e o que fazer para se preparar para elas é essencial”, destaca Tadeu Nardocci, presidente do Conselho Diretor da Abal.
Para o ministro do MDIC, Marcos Jorge, o estudo vai auxiliar o governo a elaborar políticas públicas de inovação e competitividade para o setor. “O MDIC atuará diretamente na implementação de ações sugeridas pelo Roadmap, facilitando, por exemplo, a interlocução dos diferentes atores do setor, além de fazer intervenções pontuais de defesa de interesses do setor no âmbito do governo federal.”
O trabalho envolveu 140 especialistas e mobilizou 75 instituições públicas e privadas, incluindo a Abralatas, consolidando-se em mais de 240 ações estratégicas. Entre as ações propostas, estão a promoção do conceito de sustentabilidade como critério para a política de compras públicas e a promoção de proposta de redução da carga tributária para a reciclagem, além da realização de campanhas que valorizem a baixa pegada de carbono do metal brasileiro.
A Abal e demais entidades que representam a cadeia produtiva do metal nos EUA, União Europeia, Japão, Canadá e México elaboraram uma carta aberta solicitando que os líderes do G20 coloquem como prioridade a criação de um Fórum de Excesso Global de Capacidade de Alumínio, originado principalmente pela China. O objetivo é sensibilizar os participantes do G20, cujo encontro ocorrerá em novembro, em Buenos Aires, Argentina, para começar a discutir o excesso de oferta do alumínio no mundo.
De acordo com Milton Rego, presidente executivo da Abal, “é muito importante que a questão do excesso de capacidade de alumínio no mundo seja tratada de forma abrangente, multilateral e não de país a país como temos visto. A criação de um Fórum Internacional para tratar da questão poderá ser o início de um enfoque mais sustentável para o nosso setor”, concluiu.