18-04-2018

Consumo sofisticado

Estudo aponta que brasileiro está mais disposto a experimentar cervejas especiais

Relatório elaborado pelo banco de investimentos UBS, com base em dados da consultoria Euromonitor, aponta uma retomada na comercialização de cerveja no país e uma mudança no comportamento do brasileiro, que está inclinado a experimentar marcas mais sofisticadas, especialmente cervejas artesanais e importadas.

Depois de uma queda média anual de 0,8% entre 2011 e 2016, a expectativa apontada pelo relatório é que o volume comercializado no país, o terceiro maior produtor mundial da bebida, tenha uma alta anual média de 1,1% até 2021. Com isso, a receita total deverá crescer 7,3% em quatro anos. A pesquisa ouviu 1.512 pessoas de 18 a 54 anos em todo o território nacional. Nada menos que 28% dos entrevistados afirmaram que pretendem aumentar o consumo de cerveja em relação aos últimos 12 meses, e outros 37% disseram que vão consumir a mesma quantidade da bebida.

Diante da pergunta sobre “por que gastar mais com cervejas”, 24% afirmaram que estão experimentando novas variedades e sabores e 15,1% disseram que estão bebendo mais cervejas importadas ou premium. Quando questionados se estão experimentando marcas novas de cerveja, 77% dos entrevistados disseram que sim e 66% disseram que consideram ser moderno consumir marcas artesanais.

As cervejas premium são mais consumidas pelas classes A e B. Estudos de 2013 indicavam que um quarto dos brasileiros dessas classes estava bebendo cervejas de marcas internacionais. Essas bebidas são a preferência de 26% dos jovens de 18 a 24 anos e 23% entre os adultos de 25 a 34 anos. Este grupo (até 34 anos de idade) representa 68% dos consumidores de cerveja no Brasil, o que indica uma nova tendência de consumo no país.

Cervejas especiais ainda têm pouca participação no mercado, mas são responsáveis pelo crescimento do setor no país. Em cinco anos, o número de marcas de cervejas artesanais dobrou no Brasil, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, passando de 318 em 2013 para 679 no ano passado. Hoje, as artesanais respondem por apenas 1% do volume total da cerveja produzida no país. Mas, acompanhando a tendência de consumo identificada no estudo da UBS, a expectativa é de ampliação das vendas nos próximos anos.

>> Notícias da Lata - Edição 78

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