05-08-2015

Números confirmam aumento da preferência pela lata

Não é de hoje que as peculiaridades da lata têm chamado a atenção dos consumidores de cerveja, a bebida alcoólica mais vendida no país. Ser a embalagem que gela mais rápido, que está disponível em diversos formatos e tamanhos, cada um adequado a determinado momento de consumo, além de ser a que mais protege as qualidades da cerveja (segundo os melhores sommeliers do mundo), são características que tornam a lata cada vez mais popular. E os números confirmam.

A latinha ganhou ainda mais participação no mercado de cerveja brasileiro em 2014, segundo dados fornecidos pelo Sistema de Controle e Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal. A embalagem foi utilizada pelas cervejarias para envasar 45,4% dos 14 bilhões de litros comercializados no ano. Se esse volume (6,3 bilhões de litros) fosse envasado na embalagem tradicional de 350 ml, seriam necessárias aproximadamente 18 bilhões de latinhas.

“Há pouco mais de cinco anos a participação da lata girava em torno de 30% do mercado, ou seja, cresceu cerca de 50% nesse período”, comenta o presidente executivo da Abralatas, Renault Castro. “Considerando o crescimento e o volume de cerveja produzido no país, um dos maiores do mundo, podemos afirmar que houve uma mudança comportamental considerável no Brasil.”

Para Renault, ao ganhar espaço na preferência do consumidor, a lata para bebidas rompeu alguns preconceitos e boatos, surgidos especialmente no início da produção no Brasil, há 25 anos. “Venderam uma imagem de que a cerveja envasada em lata era de baixa qualidade. Hoje percebemos o aumento do uso da embalagem até por cervejarias artesanais, seguindo o caminho adotado pelas cervejas premium de todo o mundo.”

Ainda assim, a participação da lata no mercado de cerveja registrada no Brasil está abaixo do registrado em outros grandes mercados, como o americano (55%) e o de alguns países europeus, como a Grã-Bretanha (70%), igualando-se ao de outro grande produtor da bebida que é a Polônia (52%). Na Europa, a lata tem elevada presença no mercado dos países nórdicos: Suécia (81%), Finlândia (80,5%) e Dinamarca (68%).

Os números do Sicobe indicam um crescimento de 14,3% na fabricação de cerveja em lata em 2014, um número bem superior ao aumento registrado em toda a produção da bebida no Brasil, que foi de 4,2%. O volume envasado em garrafa de vidro caiu 3,6%, segundo a Receita Federal. Mais da metade da cerveja brasileira foi produzida no Sudeste (54%), onde o uso da latinha cresceu 11,2% em 2014. O maior crescimento da produção em lata ocorreu, entretanto, na região Norte (46,5%), seguida da Sul (19,9%), Nordeste (19,3%) e Centro-Oeste (10,5%).

Para Renault, os resultados mostram que foi acertada a estratégia dos fabricantes de latas de alumínio para bebidas de descentralizar a produção no país. “Hoje, temos 20 unidades espalhadas por todas as regiões, atendendo à crescente necessidade de populações que experimentam melhorias de renda e de qualidade de vida”, comenta o executivo.

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