Produzidas há mais de 25 anos no Brasil, as tradicionais latinhas de alumínio usadas como embalagem para diversos tipos de bebidas recebem cada vez mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento. O objetivo é continuar a oferecer alternativas para alavancar as vendas dos produtos que utilizam esse tipo de embalagem e com sustentabilidade ambiental.
É fato reconhecido pelo mercado de bebidas que o uso de latas como embalagem preserva o sabor original dos produtos e facilita as logísticas reversa e de distribuição, entre outras vantagens. O uso de novas tecnologias permite, por exemplo, o desenvolvimento de tintas especiais que “avisam” ao consumidor quando a bebida está na temperatura ideal para ser consumida.
Esse tipo de tinta, chamada termocrômica, gera uma percepção do cliente que pode ser explorada nas campanhas publicitárias e de marketing das bebidas oferecidas. Ela foi usada pela primeira vez no Brasil em 2000, mas de uma forma muito limitada. Em seguida, essa tinta passou a ser usada em outros produtos além da cerveja.
Desenvolvida na Europa, teve que ser adaptada ao mercado brasileiro, pois aqui a temperatura ideal para degustação de cerveja é bem mais baixa do que na Europa. No Brasil, os fabricantes conseguiram produzi-la de forma contínua e não somente para ações promocionais. Um exemplo disso são as edições comemorativas de eventos culturais e esportivos como Copa do Mundo Fifa de Futebol e festivais de música. Novas tecnologias de impressão podem agregar ao produto maior capacidade de comunicação.
“As latas com pinturas estilizadas e formatos diferenciados ocupam cada vez mais espaço no mercado. Existe um perfil de consumidor que compra um produto de sua preferência também por identificar-se visualmente com a lata”, explica Renault Castro, presidente executivo da Abralatas.
Existem tintas que são prioritariamente usadas para diferenciação do produto no momento da venda, como a tinta UV, que faz a lata brilhar no escuro quando exposta à luz ultravioleta, a conhecida luz negra das casas noturnas. Muito utilizada em energéticos, essa tinta destaca-se, por exemplo, para diferenciar o produto que o funcionário da casa noturna vai pegar no freezer e no escuro, além de facilitar a identificação da bebida no momento em que é consumida.
Outro produto que vem ganhando espaço é o verniz tátil que torna a superfície da lata mais áspera. Fornece um diferencial para a marca e agrada ao consumidor, pois torna mais fácil segurar a embalagem quando ela está muito gelada.
Segurança e sustentabilidade
Desde o início, os fabricantes de latas têm procurado soluções para aumentar a competitividade da embalagem e, ao mesmo tempo, reduzir custos. Uma inovação importante, especialmente para o meio ambiente, foi o aproveitamento máximo da chapa de alumínio, dentro de adequados limites de segurança. Desde 1995, por exemplo, foi possível tecnologicamente fazer mais latas com a mesma quantidade de alumínio. Naquela época, para cada quilo de alumínio era possível produzir 60 latas. Utilizando estudos e tecnologia, hoje se faz 77 embalagens com a mesma quantidade de alumínio.