07-06-2018

Inovação para manter crescimento

 

A retomada do crescimento de consumo de latas de alumínio para bebidas (4,9% em 2017), refletindo a leve recuperação da economia brasileira (1%), também começa a ser percebida pela indústria de bebidas que, para garantir o crescimento, aposta em inovação e na ampliação dos seus portfólios.

Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), Paulo Petroni, a produção de cerveja no país começou a apresentar sinais de recuperação somente no segundo semestre de 2017. “A melhora foi pequena, mas suficiente para compensar o fraco desempenho do primeiro semestre e inverter a tendência negativa que reinou nos últimos anos”, avalia.

De acordo com estimativa da CervBrasil, a indústria fechou o ano com uma produção de 13,3 bilhões de litros de cerveja, patamar semelhante à produção de 2016. Mesmo durante a crise, o setor ganhou mais de 90 novas empresas apenas no primeiro semestre de 2017, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, alcançando 679 empresas cervejeiras no Brasil e 8.900 rótulos.

Tendência semelhante foi percebida no setor de bebidas não alcoólicas. “Em 2017, especialmente no início do ano, sentimos os impactos da crise econômica. Porém, o terceiro trimestre foi marcado por uma melhora de desempenho do setor, com receita líquida saudável, o que propicia um cauteloso otimismo para 2018”, avalia Alexandre Jobim, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir).

Em balanço financeiro referente ao exercício do primeiro trimestre do ano, a Ambev reportou lucro líquido ajustado de R$ 2,61 bilhões, alta de 12,7% em relação ao mesmo período de 2017. Entretanto, os volumes recuaram 5,8%, para 38,9 milhões de hectolitros. [Fonte: DCI – https://www.dci.com.br/industria/ambev-tera-desafios-em-mercado-mais-disputado-1.705540]

Apesar dos resultados, a Empresa acredita que as vendas de cervejas no segundo trimestre devem crescer, principalmente devido à Copa do Mundo de futebol. Em teleconferência com analistas de mercado e investidores realizada em maio, o vice-presidente financeiro e de Relações com Investidores, Ricardo Rittes, afirma que devem entregar resultados mais fortes a partir do segundo trimestre deste ano e que a “visão para o restante do ano não mudou e continuamos otimistas para 2018”.

Paulo Petroni acredita que, para este ano, “podemos esperar um crescimento próximo do PIB” caso se mantenha a tendência de “queda da inflação, dos juros e do endividamento das famílias, aliada à geração de novas vagas no mercado de trabalho”. Ele conta que os primeiros meses de 2018 foram “bastante difíceis para os volumes de produção devido ao carnaval mais cedo e clima desfavorável”.

Petroni aposta na importância das inovações na busca por maior eficiência da cadeia de valor do setor e destaca o projeto “InovaCerv” lançado neste ano pela CervBrasil, “um ecossistema de apoio à criação e aceleração de empresas que encaminhem soluções de melhoria da eficiência da cadeia produtiva do ‘campo ao copo’”.

Segundo Jobim, as indústrias de bebidas não alcoólicas no país “têm feito o dever de casa”, focando nos novos anseios do consumidor, inovando e ampliando seus portfólios com produtos reduzidos de açúcar e também em novos tamanhos e formatos. “O setor também tem trabalhado constantemente para oferecer informações de qualidade em seus rótulos para que os consumidores tomem suas decisões de consumo de forma clara e consciente”, conclui.

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