07-06-2018

Estudo confirma a lata de alumínio para bebidas como a embalagem mais reciclada do mundo

Quem pega uma lata de alumínio na gôndola do supermercado pode até estar querendo levar para casa uma embalagem que protege melhor o sabor de sua bebida preferida. Talvez queira comodidade e não correr o risco de se machucar para consumir em ambientes descontraídos, como numa praia, num clube, numa festa. Se não teve tempo para resfriar antes de consumir, sabe que a lata gela mais rápido. Motivos não faltam… Mas o certo é que o consumidor consciente não tem dúvidas sobre a embalagem mais reciclada do mundo.

O que todo mundo já sabia foi confirmado em estudo realizado pela Resource Recycling Systems (RRS), empresa de consultoria independente dos EUA. A pesquisa, encomendada pela Abralatas, pelo Can Manufacturers Institute (CMI/EUA) e pela Beverage Can Makers Europe (atual Metal Packaging Europe), utilizou dados mundiais para atestar um índice de reciclagem global de 69% para a lata de alumínio, 43% para as garrafas PET e 46% para as garrafas de vidro. Ou seja, a embalagem que melhor protege o sabor da bebida, que permite consumir com segurança em qualquer lugar, que gela mais rápido… é também a mais reciclada do mundo.

A latinha, que desde 2009 tem reaproveitamento acima de 95% no Brasil – o último índice, de 2016, alcançou 97,7% do volume comercializado –, possui no mundo uma performance 50% maior em comparação com as demais embalagens para bebidas. “O estudo certifica que temos um produto com importante vantagem competitiva e ambiental sobre nossos concorrentes. Em tempos de aquecimento global, esse é um grande benefício para a sociedade”, avalia o presidente executivo da Abralatas, Renault Castro.

“As latas de alumínio lideram de longe a reciclagem de embalagens para bebidas nos Estados Unidos”, afirmou o presidente do CMI, Robert Budway. “Sempre acreditamos que a nossa indústria fosse a líder mundial em reciclagem, mas, mesmo assim, queríamos ter a certificação de uma instituição independente. Esperamos que os fabricantes e os consumidores de bebidas em todo o mundo reconheçam a importância de continuar reciclando esse valioso material.”

Gordon Shade, CEO da Metal Packaging Europe, instituição criada a partir da fusão de duas organizações europeias (BCME e Empac), disse: “É muito bem-vinda a confirmação de que as latas de alumínio ocupam o lugar de maior destaque na reciclagem. A notícia é especialmente boa para os consumidores, pois são eles que, mediante um comportamento responsável e consciente, garantem a preservação desse metal para uso futuro”.

Ao comentar os resultados, a vice-presidente da RRS, Anne Johnson, informou que foram analisadas e validadas as informações de 25 países que representam 82% do mercado mundial. “Mesmo levando em consideração os diferentes níveis de confiabilidade dos dados para cada tipo de embalagem ao comparar as margens de erro superiores e inferiores, o estudo da RRS concluiu que as latas de alumínio para bebidas são as mais recicladas do mundo. Uma constatação fundamental desse trabalho da RRS foi a de que há muito o que fazer para aperfeiçoar a geração de dados sobre reciclagem na maioria dos mercados, principalmente no que se refere à harmonização dos conceitos de reciclagem e dos métodos de contabilização de informações.”

Sucata de valor 

reciclagem_04No Brasil, as primeiras cooperativas de catadores de materiais recicláveis surgiram quando entrou no mercado a lata de alumínio para bebidas (1989). O valor da embalagem descartada estimulou a coleta de outros resíduos e a organização dos catadores em cooperativas. Desde 2004, o índice de reciclagem da lata de alumínio está acima de 90% e, há pelo menos oito anos, acima de 95%. O último índice (2016), divulgado pela Abralatas e pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal), é de 97,7% de reciclagem, ou 280 mil toneladas de latas de alumínio para bebidas reaproveitadas.

“Temos um modelo que gera economia de energia, reduz a emissão de gases de efeito estufa e – o que é mais importante – transformou a coleta de resíduos sólidos em uma atividade econômica, garantindo emprego e renda para milhares de trabalhadores”, avalia Renault Castro.

Em 2016, a coleta de latas de alumínio para bebidas foi responsável por injetar R$ 947 milhões na economia nacional, o equivalente a 1,1 milhão de salários mínimos ou a remuneração de um salário mínimo por mês para toda a população de uma cidade com 90 mil habitantes. Se fosse uma empresa, o sistema de reciclagem de latas de alumínio para bebidas estaria entre as 600 maiores empresas do Brasil, de acordo com o ranking da publicação “Melhores e Maiores da Revista Exame”.