17-02-2009

Crise mundial não reduz investimentos

O impacto da crise internacional sobre o setor de embalagens, em 2009, ainda é uma incógnita, mas não deve afetar os investimentos já programados para o mercado de latas. Segundo o presidente da Abralatas, André Balbi, a indústria manterá a programação de investimentos para o biênio 2008/2009 de US$ 274 milhões, o que permitirá um aumento de 29% na capacidade de produção.

Balbi acha arriscado fazer projeções para o ano nesse momento de crise, mesmo acreditando que não haverá grandes danos – pois tradicionalmente o consumo de latas vem crescendo no país.

No entanto, a redução do crédito poderá afetar positiva ou negativamente o mercado de latas dependendo da percepção do consumidor. Isso porque ele pode reduzir o consumo de bens mais caros e assim terá mais recursos no bolso para produtos de uso imediato. Ou poderá comprar estes bens à vista, o que reduz o orçamento.

“Dada à dificuldade do crédito, vinda com essa crise internacional, o consumo de automóveis, eletrodomésticos e outros bens duráveis deve cair e liberar recursos para compras imediatas de produtos não-duráveis, como bebidas em lata”, destaca André Balbi. Isto só ocorrerá se não houver aumento do índice de desemprego no país.

O diretor executivo da Abralatas, Renault Castro, avalia que também poderá ocorrer o inverso. Ou seja, o consumidor, ao deixar de parcelar as compras de bens duráveis, terá que fazer pagamentos à vista, diminuindo a sobra de dinheiro para as compras diárias em supermercados, o que causará impacto negativo nas vendas de bebidas em lata.

Nesse caso, Renault acredita que a eventual redução de vendas pode demorar a atingir o setor. “Mesmo com a crise internacional afetando a disponibilidade e o uso do crédito, levará algum tempo para que novos hábitos de consumo de produtos mais sofisticados sejam abandonados”, observou o diretor executivo.

O presidente da Abralatas destaca ainda que o mercado de latas não foi atingido de imediato pela crise financeira internacional, pois a alta do dólar veio seguida da redução do custo do alumínio, usado como matéria-prima na produção da embalagem. “Como o impacto negativo da alta do dólar foi neutralizado pela queda do preço internacional do alumínio, não houve variação significativa no custo da lata e, portanto, nas vendas dessa embalagem”, ressaltou André Balbi.

>> Notícias da Lata - Edição 23

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