04-11-2011

Ciclo de Debates Abralatas 2011: Qualidade de vida e desenvolvimento

O elevado índice de reciclagem das latas de alumínio para bebidas é um indicador claro do estágio em que o Brasil se encontra na relação entre desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente. A análise é do economista Claudio Frischtak, apresentada na etapa de Brasília do Ciclo de Debates Abralatas. Presidente da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios e diretor internacional do Growth Center, Frischtak disse que o Brasil vivia o que ele chama de “escolha de Sophia”, fazendo a opção entre maior preservação ou mais crescimento. Agora o país estaria vivendo uma fase de transição para a economia verde, baseado no uso inteligente dos recursos, em princípios de proteção, preservação e reutilização.

“Não precisamos abrir mão de empregos e condições de vida se quisermos proteger o meio ambiente e crescer”, acredita ele. A transição para a economia verde, segundo Cláudio Frischtak, no entanto, “não acontecerá de forma automática, exigindo estímulos por meio de políticas públicas”.

Para ele, entre os desafios para aumentar a reciclagem no país está a municipalização das iniciativas. Dos mais de 5 mil municípios brasileiros, apenas 445 tinham, em 2010, alguma ação de coleta seletiva. O economista acredita que políticas públicas eficientes, responsabilidade empresarial e mobilização da sociedade civil são fundamentais para promover o avanço da economia verde, da reciclagem e da inclusão social gerada pelo setor no Brasil.

A atuação das cooperativas neste processo também é de fundamental importância para o sucesso da reciclagem. Frischtak destacou a necessidade de se investir na criação de novas entidades e no crescimento das já existentes. “O governo deve promover a desburocratização do processo de abertura das cooperativas, isentar os tributos e promover a criação de parques de reciclagem”, destacou.

 Claudio Frischtak apresentou os pontos fundamentais para a implementação da economia verde em uma sociedade. Agricultura de baixo carbono, preservação ecossistêmica, investimentos em cidades sustentáveis, adoção de fontes renováveis de energia, e o ciclo de vida do produto são alguns dos pontos importantes para garantir o sucesso deste modelo.

 Além disso, ele enfatizou a necessidade de se investir em pesquisa e desenvolvimento verde. “Hoje, no Brasil, apenas 3% das pesquisas tem caráter sustentável. Para que o país cresça de maneira sustentável é preciso aumentar estes investimentos”, finalizou.

>> Notícias da Lata - Edição 40

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