07-06-2018

Cervejas artesanais em alta e em lata

 

Crowler_Stations_01

A latinha está ocupando um novo espaço no mercado de embalagens. Ela é a nova queridinha dos cervejeiros para embalar e conservar chopes e cervejas artesanais, setor que está em forte crescimento no Brasil e no mundo. Agora, também é usada na modalidade “para viagem”.

As chamadas Crowler Stations são tendência nos bares e cervejarias do exterior e estão cada vez mais populares também por aqui. Elas permitem envasar chopes e cervejas artesanais em latas de alumínio no próprio estabelecimento, seja no bar ou na cervejaria.

Inspiradas nos growlers – grandes recipientes, geralmente de vidro, que costumam ser usados para esse propósito –, o nome é um trocadilho com a palavra can, que significa lata, em inglês.

A latinha vem cumprindo com grande eficiência essa função, já que oferece várias vantagens no armazenamento e no transporte se comparada com outras embalagens. Leve e inquebrável, ela veda melhor a bebida e impede a incidência de luz, ajudando na sua conservação por até vinte dias na modalidade crowler. A lata também gela mais rápido e ocupa menos espaço na geladeira.

A crowler começa como uma lata aberta, sem tampa. Antes de receber a cerveja, ela é preenchida com CO2 para expulsar todo o oxigênio do recipiente, num processo de higienização. A cerveja vai direto da torneira para a latinha, é rapidamente lacrada com uma tampa flip top e selada com maquinário específico. O rótulo é preenchido à mão com o nome da bebida da vez e as datas do envasamento e de validade.

Felipe Gentil, dono do primeiro estabelecimento a oferecer o serviço em Brasília (DF), conta que os clientes de seu bar, o Beco das Garrafas, aderiram ao chope para viagem e costumam adquirir latinhas com as cervejas oferecidas nos taps do bar para poder apreciar em casa ou para presentear amigos.

Ele conta que os consumidores reconhecem os atrativos da lata. Para Gentil, a maior vantagem é a possibilidade de se adquirir maior variedade de cervejas: “a lata preserva a bebida por mais tempo, conserva o frescor e o sabor, e permite que a pessoa leve para casa mais de um tipo de cerveja, já que pode comprar várias latinhas ao invés de um único growler, que é um recipiente muito maior”.

Recicláveis, mais baratas e mais fáceis de transportar do que os growlers, que costumam ter capacidade de cerca de dois litros, as latinhas, geralmente de 437 ml, oferecem melhor higienização e maior validade. A cerveja na lata tem validade de três semanas, podendo durar até mais, dependendo do teor de lúpulo e de álcool.

 

Mercado em alta

Crowler_Stations_05O sucesso das crowler stations acompanha o crescimento do mercado de cervejas artesanais. O número de cervejarias registradas no Brasil em 2017 aumentou 37,7%, segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). São 679 marcas e 8,9 mil produtos registrados.

A alta na verdade é ainda maior, já que o Mapa não considera as chamadas “cervejarias ciganas”, negócios constituídos formalmente, mas que não dispõem de fábrica própria e produzem em instalações contratadas. O nome é uma alusão ao povo cigano, que tem um estilo de vida nômade, sempre mudando de lugar.

A lata é uma embalagem que combina com esse modelo de negócio e cervejeiros ciganos promovem inclusive envases coletivos, por meio de serviços de envasamento móvel. A DaLata, por exemplo, é uma empresa brasileira que oferece essa solução. Um maquinário de envase móvel vai até o estabelecimento onde a cerveja é produzida e leva o produto do tanque de maturação direto para a latinha.