23-08-2010

Sem intermediários

A venda de materiais recicláveis diretamente dos catadores para a indústria foi um dos temas mais analisados nos eventos. “Hoje somos reféns dos sucateiros, que fazem um trabalho importante,principalmente com relação ao transporte de material para a indústria da reciclagem. Mas é necessário remunerar adequadamente o trabalho em que ele venda diretamente para a indústria”, comentou Hênio de Nicola, diretor da Aleris.

Marilza de Lima, do Movimento Nacional dos Catadores, lembrou que os trabalhadores do litoral paranaense têm pouca margem de negociação com os sucateiros. “Lá no litoral não tem depósito e os sucateiros de Curitiba só buscam o material quando há volume. E como não temos depósito,guardamos a sucata em casa”, contou.
“Precisamos encontrar o ponto justo”, reforçou Hênio. “Historicamente,a diferença entre o que a indústria pagava para o intermediário e o que este pagava ao catador ficava em torno de 25 a 30 centavos por quilo. Hoje está perto de 80 a 85 centavos”, afirmou.

Durante o debate em Curitiba,os participantes chegaram à conclusão de que a solução para o problema passa pela abertura de novos postos de coleta da indústria.Para o diretor-executivo da Abralatas, Renault Castro, além de discutir o impacto que a Política Nacional de Resíduos Sólidos vai causar sobre os catadores, é preciso que haja um trabalho conjunto para garantir a qualidade de vida destas pessoas e de suas famílias.

Durante o Ciclo de Debates, em Curitiba/PR, foi discutida, junto às cooperativas de catadores de materiais recicláveis do Sul do país, a necessidade do aperfeiçoamento dos processos e procedimentos adotados pelos catadores na coleta e repasse do material reciclável.Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos a Abralatas, os representantes das cooperativas, integrantes do Ministério Público Estadual e as empresas de reciclagem buscam alternativas para assegurar que o lugar dos catadores na cadeia da reciclagem seja garantido.

Além do Ciclo de Debates, o diretor executivo da Abralatas, Renault Castro, participou também da cerimônia de diplomação de 250 catadores, de diversas cooperativas do Paraná, que participaram do curso de capacitação promovido pela UNISOL Brasil em parceria com a Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (SENAS/MTE) e a Fundação do Banco do Brasil. O projeto, que recebe o nome de Cataforte, tem como objetivo promover o fortalecimento do associativismo e cooperativismo dos catadores de materiais recicláveis.

>> Notícias da Lata - Edição 33

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