09-02-2018

Renda extra

Volume de resíduos no carnaval representa até 30% a mais do que é coletado em outros períodos

O Bloco dos Catadores se prepara para entrar na avenida. Foliões começam a colocar toda a alegria nas ruas, bares e salões, necessitando de muito líquido para repor a energia. Com isso, aumenta o consumo de bebidas (alcoólicas ou não) e o resultado anima ainda mais cooperativas e catadores de materiais recicláveis. Sem fantasias, catadores de todo o país aproveitam a festa para aumentar a renda.

“É o período de maior coleta, de maior renda”, comenta Jeane dos Santos, catadora da Cooperbrava, que integra a rede de cooperativas contratada pela Prefeitura de Salvador (BA) para fazer a coleta nos circuitos do carnaval da cidade. “Com o trabalho organizado, estimamos que o volume coletado no carnaval seja pelo menos 30% maior do que em dias comuns”, avalia. No ano passado, foram coletadas cerca de 125 toneladas de resíduos nos circuitos da folia da capital baiana, sendo que 90% do total era alumínio, material de maior reciclagem no mundo e de maior valor em relação a outras embalagens.

Em diversas cidades brasileiras, para aumentar a segurança do carnaval, as prefeituras proíbem a venda de bebidas em garrafas de vidro. “Além do risco de ferir os foliões e os catadores, o vidro pode ser usado como arma branca”, reforça Severino Lima Junior, presidente da Coocamar, de Natal (RN), e membro do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. No carnaval fora de época de Natal, o Carnatal, foram recolhidos 4.500 quilos de sucata de latinha contra 2.700 quilos no ano anterior.

A presença de cooperativas de reciclagem em grandes eventos foi estimulada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, que viabilizou a contratação dessas organizações pelas prefeituras para realizar a coleta de material reciclável. Em Brasília (DF), os blocos carnavalescos também contratam cooperativas para recolher o material descartado. Além disso, o governo local cadastra os vendedores ambulantes, que são proibidos de comercializar bebidas em garrafas de vidro. Além de evitar o risco de ferir os foliões, a norma se baseia na inviabilidade da reciclagem do vidro no Distrito Federal. Na capital, são recolhidas cerca de 90 toneladas de vidros por dia, que acabam sendo encaminhadas ao aterro sanitário.

>> Notícias da Lata - Edição 77

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