13-10-2008

Reciclagem de latinhas bate novo recorde

O índice de reciclagem de latas de alumínio no Brasil, em 2007, atingiu a marca de 96,5%, mantendo o país na liderança do ranking mundial de reaproveitamento da embalagem. Crescimento tão expressivo é comemorado por diferentes setores, das empresas que compõem o mercado de reciclagem até a indústria de bebidas, passando pelas organizações governamentais e não-governamentais da área ambiental e social que têm consciência dos benefícios que esse elevado percentual representa.

Os números são significativos. Foram recicladas, em 2007, nada menos que 11,9 bilhões de unidades, o que representa a coleta de 1,4 milhão de latinhas a cada hora. São 160,6 mil toneladas de sucata de alumínio que deixaram de ir para as ruas, aterros e rios, diminuindo os impactos ambientais. Foram 20 mil toneladas a mais que no ano anterior, um aumento de 15,5%.

O novo recorde foi divulgado pela Abralatas e pela ABAL (Associação Brasileira do Alumínio), durante o IX Seminário Internacional de Reciclagem do Alumínio, em Campos do Jordão. Para o diretor executivo da Abralatas, Renault Castro, o índice revela que o país tem extrema eficiência em todo o sistema de reciclagem. Ele afirma que esse sucesso é justificado principalmente pelo alto valor da sucata, que funciona como um atrativo à coleta de materiais recicláveis. “A reciclagem da latinha viabilizou a consolidação de um modelo próprio de destinação de resíduos urbanos que hoje é referência mundial, pois ajuda a reduzir impactos ambientais e ao mesmo tempo cria emprego e renda”.

Mercado consolidado e sem interferência

Os dados do índice de reciclagem revelam ainda que o mercado brasileiro de reciclagem de latinhas movimentou, em 2007, cerca de R$ 1,8 bilhão. Somente na fase de coleta, esse mercado movimentou R$ 523 milhões na economia nacional. O volume coletado corresponde ao trabalho de 180 mil pessoas.

Para Renault Castro, o mercado brasileiro de reciclagem já está consolidado, mas existem alguns desafios que precisam ser superados. Ele chama atenção para a necessidade de aperfeiçoamentos na regulamentação do setor: “Acredito que, com a aprovação do projeto da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o setor de reciclagem poderá ganhar melhores condições de funcionamento, principalmente em decorrência da melhor distribuição de responsabilidades entre governo e iniciativa privada, beneficiando a sociedade como um todo”, observa.

Segundo ele, o mercado de reciclagem de latas de alumínio, em especial, tem demonstrado excelente desempenho, funcionando de acordo com as leis da oferta e da demanda, sem a interferência governamental: “A grande preocupação da Abralatas é que a Política Nacional de Resíduos Sólidos não produza efeitos colaterais que prejudiquem um sistema que funciona muito bem, disciplinado basicamente pelas leis de mercado. Buscamos o reconhecimento de que o setor de reciclagem de latas de alumínio é eficiente e autônomo e que, nesse caso, a política de resíduos sólidos vise ajudar na solução de problemas já identificados, como, por exemplo, em questões tributárias que hoje favorecem o comércio irregular de sucata e em distorções que resultam no tratamento tributário injusto que tem a lata, em relação às embalagens concorrentes”, enfatizou Renault.

>> Notícias da Lata - Edição 21

Mais notícias dessa publicação: