15-08-2012

Lata compreendeu necessidades do consumidor e mantém crescimento robusto

Renault de Freitas Castro, diretor executivo da Abralatas, é economista (M.Sc.), com MBA em Direito Econômico.
Renault de Freitas Castro, diretor executivo da Abralatas, é economista (M.Sc.), com MBA em Direito Econômico.

Renault de Freitas Castro,
diretor executivo da Abralatas, é
economista (M.Sc.), com MBA em
Direito Econômico.

O Brasil começa a impor respeito no mundo globalizado – é a sexta economia do Planeta – e ganha as atenções em questões distintas, como tecnologia, sustentabilidade e potencial de consumo. Teremos no corrente e nos próximos anos eventos internacionais, como a Rio+20, a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas, que manterão sobre o País os olhos e a curiosidade de outras nações. Isso gera emprego e renda, além de estimular a produção e as vendas.

É nesse cenário de demanda aquecida que percebemos um crescimento consistente daindústria de latas de alumínio para bebidas. A produção em 2011 foi 13% maior do que a de 2010, índice muito superior ao desempenho da indústria nacional, ampliada em apenas 1,6% no ano passado, segundo o IBGE. Foi maior, também, que o consumo das bebidas que mais utilizam latas, como cerveja e refrigerantes, responsáveis por 96% das latas de alumínio produzidas no Brasil.

Chegamos a 18,4 bilhões de unidades vendidas, número expressivo, mas ainda distante do maior mercado mundial, os Estados Unidos, que comercializam mais de 100 bilhões de latas por ano, comparação que demonstra o nosso potencial. Mesmo assim, vale notar que o consumo de latas no Brasil praticamente dobrou em seis anos. É, sem dúvida, a embalagem que vem conquistando o País, razão pela qual os fabricantes confirmaram os investimentos para aumentar a capacidade de produção nacional para 25 bilhões de unidades e descentralizar as unidades fabris.

Tudo isso ocorre, volto a repetir, em um momento em que o mundo está de olho no nosso país. Mesmo com o alto preço da energia elétrica no Brasil, que tem estimulado a exportação de bauxita em detrimento da produção nacional de alumínio; mesmo com a inexistência de estímulo tributário ao uso de material reciclado (pelo contrário, a lata paga mais impostos que outras embalagens, apesar de ser campeã mundial de reciclagem); mesmo assim, o vigor do mercado brasileiro de latas para bebidas já desperta o interesse até de fabricantes estrangeiros de chapas de alumínio, principal matéria prima para a fabricação dessa embalagem e que no Brasil é fornecida por uma única empresa.

A explicação para esse crescimento não é nova e está relacionada ao interesse que o mundo tem sobre o Brasil. Ano a ano, temos acompanhado a redução dos níveis de desemprego e o crescimento da renda, seja em função do aumento real do salário mínimo e do piso das aposentadorias, seja pelo aquecimento da economia, que implica maior demanda portrabalhadoresqualificados e, portanto, mais bem remunerados.

Com salário maior, o brasileiro passa a melhorar sua cesta de compras. Adquire produtos que antes não comprava, experimenta novidades ou, simplesmente, se dá o direito de gastar um pouco mais do que antes. Com isso, a lata de bebida passou a frequentar mais os carrinhos de supermercados, oferecendo comodidade, preço acessível, sofisticação e estilo. Juntou-se a isso o fato de ser líder em reciclagem e em sustentabilidade, além de gelar mais rápido e ocupar mais adequadamente os espaços de uma geladeira domiciliar.

Também nos grandes eventos – e alguns deles estão batendo à nossa porta – e nas atividades ao ar livre, nas praias, clubes, piscinas, estádios, a latinha tem marcado presença com mais constância. Oferece segurança para quem consome, assim como formatos diferenciados para cada momento de consumo. Hoje, podemos dizer, sem medo de errar, que a lata compreendeu melhor suas capacidades, suas vantagens sobre outras embalagens. A lata de alumínio se aproximou do consumidor, ouviu melhor o que ele queria. Traduziu essas necessidades que hoje estão à disposição nas prateleiras dos supermercados. Basta esticar a mão e pegar a sua.