24-08-2018

Economia Limpa

Seminário reúne especialistas e representantes de diversos setores para discutir políticas de incentivo à produção e ao consumo de baixo impacto ambiental

 

O jornal Folha de São Paulo e a Abralatas realizam no final de agosto, pelo terceiro ano consecutivo, um encontro com representantes do setor produtivo e especialistas em questões tributárias e ambientais, para debater propostas e mecanismos de estímulo à produção de bens e serviços de baixo impacto ambiental. O evento abordará temas atuais como a Tributação Verde e a Reforma Tributária, além dos desdobramentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos e a grave situação global da poluição marinha.

“Estamos falando de aquecimento global e pouco se faz para estimular uma produção mais sustentável. Recentemente, o Governo Federal aprovou com celeridade a redução da tributação sobre o diesel, sem se preocupar com o impacto ambiental que isso acaba provocando, se afeta a saúde do brasileiro ou não. Já passou da hora de incluir o impacto ambiental como variável de orientação para os rumos do desenvolvimento econômico que pretendemos para o país”, comentou Renault Castro, presidente executivo da Abralatas.

O Fórum Economia Limpa 3ª edição – A economia como um aliado da natureza será realizado em São Paulo (SP) no dia 27 de agosto. Um dos destaques é a apresentação de um estudo do ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel com os instrumentos econômicos que podem ser utilizados para garantir estímulos tributários à produção e ao consumo de bens e serviços de menor impacto ambiental.

Desde 2010, a Abralatas organiza eventos anuais para discutir a produção de baixo impacto ambiental – o Ciclo de Debates Abralatas –, tendo reunido especialistas, representantes de todos os poderes, Ministério Público, academia, organizações, estudantes, políticos, catadores de materiais recicláveis e empresários para analisar soluções de desenvolvimento sustentável.

Ricardo Guggisberg, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), falará no Evento sobre a importância de o Brasil recuperar seu destaque em transporte sustentável. Segundo ele, de 1975 até 2005, o país foi um dos líderes nessa área graças ao Proálcool e aos veículos flex. Hoje perdeu posições para países europeus, China, Japão e Estados Unidos. “Temos que recuperar o tempo perdido”, afirma Guggisberg.

No cenário eleitoral, Guggisberg mira o mais alto representante do Executivo. “Acredito que o futuro presidente não pode se omitir em relação ao transporte sustentável. Em maio, o Brasil parou por causa da paralisação dos motoristas de caminhão a diesel. O país ficou refém dos interesses corporativos ligados à velha indústria dos combustíveis fósseis. Isso não pode se repetir. A eletromobilidade virou uma questão de segurança nacional.”

Diretor executivo da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski fará um alerta sobre os desafios do setor para se adequar às mudanças previstas. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a transição da economia para um modelo mais verde e sustentável deve gerar cerca de 620 mil novos empregos até 2030, só no Brasil. “Além disso, com a regulamentação e a implementação da Lei nº 13.576/2017 (Renovabio), a expectativa do setor é de dobrar o consumo de biocombustíveis nos próximos 10 anos”, destaca o diretor executivo. A Ubrabio solicitou aos candidatos à Presidência da República a inclusão, nos respectivos planos de governo, de estratégias para a evolução e o fortalecimento dos biocombustíveis no Brasil.

>> Notícias da Lata - Edição 80

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