Ser pentacampeão mundial não é para qualquer um. Principalmente, quando se trata de um índice que envolve cifras astronômicas, como é o caso da reciclagem de embalagens. Com o índice de 96,2% na reciclagem de latas de alumínio para bebidas em 2005, o Brasil se manteve, pelo quinto ano consecutivo, na liderança do ranking mundial dessa atividade.
Os dados foram apurados na pesquisa realizada anualmente pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas), em conjunto com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), divulgada em junho. De acordo com o levanta-mento, o Brasil atingiu a marca de 127,6 mil toneladas de latas de alumínio recicladas em 2005. São aproximadamente 9,4 bilhões de latas no ano ou 2,6 milhões de latas recicladas diariamente.
O Brasil está à frente mesmo de países com legislação rígida sobre reciclagem de materiais, como é o caso da Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suíça, que em 2004 apresentaram índice médio de 88%.
De acordo com o presidente da Abralatas, André Balbi, a marca brasileira tem sido sustentada, sobretudo, pela adesão da classe média, pela formação de cooperativas com boa gestão, pelo alto valor do material como sucata, pela busca da sociedade por modelos de preservação e pela educação ambiental. “As latas de alumínio se tornaram o carro-chefe da reciclagem no país”, atesta o presidente.
Os números comprovam, inclusive, o engajamento da classe média. Dados do setor mostram que, entre 2000 e 2005, a participação de condomínios e clubes na coleta de latas usadas passou de 10% para 24%. A atuação crescente de cooperativas e associações de cata-dores em todo o país também está refletida nos resultados do levantamento.
A participação dessas organizações na coleta de latas de alumínio passou de 43% em 2000 para 52% em 2005.
