12-12-2012

Parceria eficiente

Cooperativas confirmam sucesso de parceria, mesmo sem receber em dia da prefeitura de Natal

Um dos casos apresentados no Ciclo de Debates Abralatas 2012 como exemplo para a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a parceria entre a prefeitura de Natal (RN) e as cooperativas, mostrou no final do ano que o modelo é plenamente viável. Responsáveis pela coleta seletiva de mais de 400 toneladas por mês na cidade, as duas cooperativas contratadas continuaram realizando o serviço mesmo com o atraso de sete meses no pagamento pela prefeitura. Ao mesmo tempo, a empresa contratada pela coleta de lixo da cidade suspendeu os serviços, cobra uma dívida superior a R$ 20 milhões e deixou Natal com uma aparência de abandono.

“A parceria com a prefeitura foi uma conquista que não pode ser abandonada”, defende Severino Lima, da Cocamar, que coleta cerca de 180 toneladas de resíduos recicláveis por mês. A cooperativa continua negociando com a prefeitura o valor não pago, mas recolheu o material e comercializou a sucata, garantindo 50% da renda dos catadores da cooperativa. “A renda mensal fica em torno de R$ 800,00. Metade vem com a parceria da prefeitura e metade com a venda dos resíduos reciclados”, conta Severino, um dos coordenadores do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis.

Para o diretor executivo da Abralatas, Renault Castro, o fato de as cooperativas não terem interrompido o serviço, mesmo sem o pagamento em dia pela prefeitura, é uma demonstração de comprometimento dessas organizações com o caráter público do serviço que prestam. “A Política Nacional de Resíduos Sólidos estimula a parceria entre prefeitura e cooperativas, mas muitos ainda preferem contratar empresas privadas. A parceria é uma solução econômica, ambiental e social, pois garante emprego e reaproveitamento dos resíduos”.

A Cocamar e a Coopcicla foram contratadas pela prefeitura de Natal para realizar a coleta seletiva e recolhem entre 7 e 8% dos resíduos produzidos na capital potiguar. Com os recursos obtidos, se capacitaram e compraram equipamentos. A prefeitura paga R$ 157,00 por tonelada coletada e as cooperativas ainda ficam com o resultado da venda do material recolhido.

>> Notícias da Lata - Edição 47

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