28-09-2016

Nova configuração, novas expectativas

Com a chegada da Ardagh no Brasil e a aquisição da Rexam pela Ball, o mercado de fabricação de latas de alumínio para bebidas está de cara nova

Terceiro maior mercado de latas de alumínio para bebidas do mundo, atrás da China e dos Estados Unidos, o Brasil passa a ter uma nova configuração no setor neste segundo semestre com a chegada da Ardagh (Ardagh Group). A companhia europeia, sediada em Luxemburgo, adquiriu 20% das fábricas de latas e tampas da americana Ball Corporation em todo o mundo – um negócio estimado em 3,42 bilhões de dólares – e passa a controlar 12 unidades na Europa, oito nos EUA e duas no Brasil, com capacidade de produção nacional de 4,5 bilhões de latas por ano.

Jorge Bannitz

Jorge Bannitz, CEO da Ardagh no Brasil

O setor de embalagens de alumínio, que em 2015 comercializou 24,1 bilhões de latinhas no Brasil, completa-se com a fabricante americana Crown Embalagens. A segunda maior produtora de latas do país tem quatro unidades de corpo e uma de tampa.A operação atende a uma exigência dos órgãos reguladores europeu e americano, e também do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), viabilizando a aprovação da compra da Rexam pela Ball no país. A Ball, que atuava no país em uma joint venture com a Latapack, passou a ser a maior produtora de latas no Brasil, com 10 fábricas de corpo da embalagem e três de tampa.

As mudanças no setor, entretanto, coincidem com um cenário de cautela no mercado de embalagens. “O momento é de organização, de entender como esse mercado se comporta e como vai se estabilizar. Porém, estamos otimistas de que a economia dará sinais de recuperação”, avalia o CEO da Ardagh no Brasil, Jorge Bannitz.

Carlos Medeiros  Presidente da Ball na América do Sul

Carlos Medeiros
Presidente da Ball na América do Sul

Na Ball, o momento é de harmonizar a integração com a Rexam. “É um ano atípico para a Ball, já que estivemos focados na integração entre as operações que já eram nossas e as operações da Rexam, após a aquisição”, explica Carlos Medeiros, presidente da empresa na América do Sul. “Todos os nossos esforços estiveram concentrados em otimizar nossa eficiência, além de controlar todos os custos do negócio.”

A Crown, na análise de seu presidente, Wilmar Arinelli, vê um ano de retração no mercado de embalagens. “Os volumes de venda de refrigerantes e cervejas devem ficar entre 2% e 5% menores que no ano passado, situação naturalmente refletida no mercado de latas que também apresentará uma redução proporcional”, disse. A alternativa é tentar minimizar os efeitos da crise com a oferta de latas com diversas opções de tamanho, cores, efeitos visuais e táteis, além de manter um forte controle de todos os seus custos de operação.

Wilmar Arinelli Presidente da Crown Embalagens

Wilmar Arinelli
Presidente da Crown Embalagens

Medeiros também aposta na versatilidade da lata para manter o mercado aquecido. “Hoje as latas especiais (formatos diferentes de 350ml) já respondem por 40% de nossa operação na América do Sul e entendemos que este é o caminho: atender a qualquer tipo de demanda de consumo, em qualquer formato e em qualquer lugar. Com isso, continuamos acreditando que tanto as latas especiais quanto as mais variadas tecnologias de impressão de rótulos são a tendência para o futuro”.

Mesmo iniciando suas atividades no país, a Ardagh aposta na experiência de seus profissionais para crescer e já anuncia nova unidade. “Com essas aquisições, a Ardagh uniu expertises e tem todo o conhecimento e competência, incluindo centros de pesquisa e desenvolvimento para atender aos anseios dos clientes. Inclusive, em breve, a Ardagh construirá uma fábrica de tampas, mas ainda sem local definido”, revelou Bannitz.

mapa_brasil_fabricas

>> Notícias da Lata - Edição 69

Mais notícias dessa publicação:

27-09-2016
Medalha de Ouro
25-09-2016
Curta na lata