29-01-2014

Imagina na Copa

Mundial vai estimular consumo e indústria da lata projeta crescimento entre 6% e 9%.

A movimentação dos fabricantes de bebidas sinaliza que 2014 será um ano muito melhor para o setor, impactando positivamente a produção de latas de alumínio para bebidas. A ampliação de unidades fabris e a expansão dos cervejeiros, especialmente para as regiões Norte e Nordeste, estão sendo motivadas pelo crescimento da renda na região e, principalmente, pela realização da Copa do Mundo de Futebol. Das 12 cidades-sede do Mundial, quatro são no Nordeste: Fortaleza, Natal, Recife e Salvador.

“Um evento internacional deste porte provoca aumento de demanda de bebidas até mesmo quando realizado em outro país”, lembra Renault Castro, diretor executivo da Abralatas (foto). Estudo realizado pela consultoria britânica BernsteinResearch em 2010, estimou um crescimento do consumo de cerveja da ordem de 5% no Brasil e na Espanha, países favoritos na Copa do Mundo da África do Sul. O consumo, entretanto, depende da performance de cada equipe durante a competição.

Evidentemente o impacto é mais relevante no país-sede. No Mundial de 1998, o consumo de cerveja na França cresceu 4,5%. No Mundial de 2006, mais de 2 milhões de estrangeiros foram à Alemanha e o aumento no consumo foi de 0,8%. Na África do Sul (2010), o impacto foi de 1,8% de crescimento, mais do que o dobro da média anual naquele país. No Brasil, estima-se um mês de junho (frio) com vendas similares a um mês de verão.

“Não esperamos, entretanto, um supercrescimento da venda de latas para bebida em 2014. Há outros fatores a se considerar, como o impacto da tributação sobre a embalagem e a preocupação do consumidor em reduzir despesas. Depende também da conjuntura internacional, o preço do alumínio no mercado internacional, do dólar. Com todos estes fatores, acreditamos que a venda de latas de alumínio no Brasil terá um crescimento entre 6% e 9%, o que é excelente em relação ao que ocorreu em 2013”, analisa Renault.

Além do Mundial, há outros fatores que devem fazer 2014 melhor do que 2013, acredita Carlos Medeiros, presidente da Abralatas (foto). “A estabilização da inflação sobre alimentos, o aumento da renda disponível e o carnaval tardio, que irá estender o período de verão – época de maior consumo de bebidas –, são alguns dos principais fatores apontados pela indústria como positivos para o próximo ano. Além disso, a posição das cervejarias em relação ao aumento de preços no mercado também representa um fator importante para a retomada de crescimento desta indústria”.

Destaque de vendas
Produção de cerveja só cresceu em lata

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Dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal, apontam que a produção de cerveja no Brasil apresentou em 2013 uma queda de 2% em relação ao ano anterior. Apenas a venda de cerveja em lata apresentou crescimento no ano, um aumento de 4,7% em todo o país. Com isso, a participação da lata no mercado de cerveja também cresceu em 2013 quase três pontos percentuais, passando para 41,4% da produção nacional, ou 5,58 bilhões de litros envasados na embalagem, de acordo com dados do Sicobe.

A produção de cerveja em lata teve um crescimento maior, segundo o Sicobe, na região Centro-Oeste (um aumento de 28,45% em relação a 2012), seguido da região Sul (5,34%). Estas duas regiões, aliás, apresentaram a maior participação da lata na produção de cerveja, com 55,3% e 48,3%, respectivamente.

Já em relação a refrigerantes, a participação da lata ficou em 9,9% da produção nacional (1,5 bilhão de litros), mas apresentou queda em quatro das cinco regiões. Apenas no Norte houve um aumento da venda de refrigerantes em lata (2,3%). No total, a produção de refrigerantes no país, segundo o Sicobe, apresentou uma queda de 3,7% em relação a 2012.

Preferência baiana
Pesquisa realizada pelo Ibope e encomendada pela Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) indica que, nas comemorações entre amigos e familiares, os baianos são os que mais utilizam a cerveja. A preferência pela bebida foi citada por 81% dos entrevistados, bem acima da média nacional que é de 64%. O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar (77%), seguido de Minas Gerais (74%), São Paulo (63%) e Paraná (62%).

Preferência mundial
Pesquisa anual sobre tendências do consumo britânico, realizada pela consultoria Mintel, indica um benefício para produtos com a “marca Brasil” em 2014. Os estudos apontam crescimento do consumo especialmente para alimentos, bebidas – cerveja especialmente – e produtos de beleza brasileiros. “A Copa fará o mundo se apaixonar por todas as coisas brasileiras. Bilhões de pessoas vão assistir aos jogos e isso cria um enorme potencial”, diz a pesquisa, lembrando que o Mundial acontecerá durante o verão no Hemisfério Norte.

>> Notícias da Lata - Edição 53

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