23-04-2015

Expectativa realista

Setor prevê baixo crescimento em 2015 e mantém aposta nas embalagens especiais

O cenário econômico brasileiro, de queda no poder aquisitivo da população e também do PIB em 2015, reduziu as expectativas do setor de embalagens para o ano e deverá afetar negativamente as vendas de latas para bebidas. A estimativa dos fabricantes é de que as vendas no Brasil, terceiro maior mercado mundial, tenha crescimento de um dígito baixo, muito distante do registrado no ano passado (10,7%).

O resultado positivo de 2014, motivado principalmente pelo Mundial de futebol da FIFA no Brasil, é também um dos fatores que explicam a cautela do setor. “O aumento foi muito acima do crescimento da economia, com registro de venda de 23,8 bilhões de latas. Essa base é muito alta para esperarmos outro resultado tão positivo, especialmente pelo quadro econômico recessivo que se observa no país”, analisa Renault Castro, presidente executivo da Abralatas.

Com tantas incertezas, relacionadas ao abastecimento de água e de energia elétrica, ao aumento de impostos para bebidas frias, custos de combustíveis, aumento da inflação e dos juros, a indústria de latinhas terá que buscar outros caminhos para contornar a crise de confiança que o país atravessa. “Uma alternativa é aumentar a eficiência e reduzir custos, para ganharmos competitividade no mercado”, observa Carlos Medeiros, presidente da Rexam.

Dado esse cenário, é natural que os fabricantes de latas não têm projetos de ampliação da capacidade de produção para este ano e apostam na diversificação de formatos da embalagem e de e de tecnologias de impressão de rótulos. Adaptadas a cada momento de consumo, as latas em formatos especiais representam, hoje, mais de 30% da produção nacional da embalagem.

O QUE PENSAM OS FABRICANTES

Wilmar_Arinelli

Crown Embalagens

”Em 2015 teremos como foco a consolidação dos últimos investimentos realizados, que nos permitem oferecer latas especiais em todas as regiões do país. Além disso, continuaremos a desenvolver alternativas diferenciadas de impressão e utilização de tintas e vernizes especiais”. (Wilmar Arinelli, presidente)

 

 

Jorge_Bannitz_05

Latapack-Ball

“Nossa aposta para 2015 continua sendo na produção de latas em tamanhos diferenciados. Estamos em discussão com nossos principais clientes para entender quais são suas necessidades em relação a tamanhos, inovação etc.” (Jorge Bannitz, diretor comercial)

 

 

Renato_Estev_o

Rexam

“Em 2015 iremos adiante com os esforços para oferecer aos clientes tecnologias diferenciadas de impressão e incrementar o mercado de latas especiais. O foco serão as inovações em tintas e vernizes, dando continuidade à estratégia adotada nos últimos anos. A tecnologia Editions, que permite a impressão de até 24 artes diferentes por palete de lata, as garrafas Fusion, as mais leves do mercado, e o superlatão de 710ml seguem como importantes destaques do portfólio da Rexam”. (Renato Estevão, diretor comercial)

 

LATA EM ALTA

Enquanto a produção de cerveja sofreu queda de 4% nos três primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2014, o uso da lata para envasar a bebida subiu 3% neste período, de acordo com o Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe) da Receita Federal. Com isso, a participação da lata no mercado de cerveja se aproximou dos 50% no primeiro trimestre de 2015.

O período coincide com a época do ano em que é maior o consumo de cerveja no país, com o calor do verão e com o carnaval. Proporcionalmente, o maior crescimento do envasamento em lata ocorreu na Região Norte (15,5%), seguido pela Região Sul (14,4%). Na Região Sudeste, maior produtora de cerveja do país, o crescimento da lata sobre o primeiro trimestre de 2014 foi de 5,1%.

grafico_Fonte_Sicobe

 

 

 

 

>> Notícias da Lata - Edição 60

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