22-12-2011

Catequese sustentável

Elder Rondelli

Gerente de Reciclagem do Grupo Inbra Metais

Elder Rondelli foi um dos primeiros a iniciar, expandir e desenvolver a ideia da reciclagem de latas no Brasil. Trabalha com alumínio desde 1974, quando possuía uma empresa de embalagens descartáveis para alimentação pronta. Em 1998 ele foi convidado pela Alcan Alumínio do Brasil para implementar o projeto nacional de reciclagem na empresa. “Começamos com ações institucionais em escolas e com o público em geral. Depois estendemos as ações para os sucateiros de todas as regiões do Brasil”, afrma.

Rondelli conta que foi nessa época que a Alcan começou a comprar grandes volumes de latas de alumínio e, em dois anos (2001), o Brasil passou a ser campeão de reciclagem em latinhas – conquista que permanece até hoje. “Escolhemos os principais sucateiros do país e iniciamos um trabalho de conscientização. Mostramos a eles a oportunidade comercial das latas. Esse envolvimento abarcou a apresentação de maquinário, o aprimoramento da qualidade da sucata e a educação financeira para as oportunidades de negócios”, relata. Se hoje a logística reversa é realizada no país, foi graças ao processo iniciado por pessoas como Elder Rondelli, que apostaram no valor da lata e incentivaram a reciclagem.

Não foi um trabalho fácil. “Não se acreditava no potencial da latinha. Havia uma dificuldade em acreditar no sucesso da lata. Foi preciso um trabalho de catequese do mercado. A Alcan investiu pesado e levou os catadores e sucateiros até a fábrica para que eles vissem e apostassem na idéia”, declara.

Atualmente, Elder Rondelli é gerente de Reciclagem do Grupo Inbra Metais, associada da Abralatas, e faz parte da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Abal (Associação Brasileira do Alumínio) desde que ela foi criada. Também participa de palestras e eventos. “Considero-me um latólogo formado pela própria indústria. Sou um sucateiro profissional com pós-graduação”, afirma com orgulho o administrador de empresas que possui uma extensa lista de cursos realizados no Brasil e no exterior.

Em relação ao que precisa ser melhorado no setor, Rondelli faz pequenos alertas sobre a necessidade de aprimorar a qualidade do material processado e a importância de reduzir a tributação para as latas. “A tecnologia do maquinário é cada vez mais avançada, o que torna o equipamento cada vez mais sensível. É preciso conscientizar os fornecedores de sucata de latas sobre a necessidade da qualidade do material. Também precisamos contar com tributações menores para as embalagens de alumínio, isso é essencial para que o setor deslanche ainda mais.”

Apesar das dificuldades, o gerente de reciclagem vê excelentes oportunidades em curto prazo. “Hoje o mercado é muito promissor, está em expansão. Acreditamos no aumento da produção da lata e da reciclagem devido a ampliação do segmento. Ainda não temos, por exemplo, água mineral em lata, outros formatos de latas que ainda não chegaram ao Brasil, o uso em refrigerantes e outras bebidas é reduzido com tendência a aumentar. Isso, sem contar os grandes eventos que virão, como a Copa do Mundo“, descreve otimista o cenário próspero do setor no Brasil.

>> Notícias da Lata - Edição 41

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