05-06-2008

Latão conquista espaço na escolha do consumidor

No ano passado as vendas do chamado “latão”, embalagem de alumínio com capacidade de armazenar 473 ml de líquido, tiveram um crescimento de 97% em relação a 2006. A indústria produziu cerca de 300 milhões de unidades e a expectativa é de que esse número chegue a 600 milhões até o final deste ano. As fábricas já registram pedidos das principais indústrias de bebidas, ampliando a produção de latões. O mercado, dominado pela venda das latas tradicionais de 350 ml, demonstra mudanças na escolha do consumidor. Na opinião dos fabricantes, a explicação sobre esse fenômeno de vendas está nas vantagens dessa embalagem que pode ser compartilhada e oferece uma melhor relação custo-benefício, além de ser um reflexo do aumento do universo de consumidores de latas de alumínio.

Segundo o diretor comercial da Latapack-Ball, Jorge Bannitz, durante mais de oito anos o latão esteve disponível para aquisição no mercado, mas a demanda não era expressiva. Ele explica que no mundo, as latinhas de 350 ml representam mais de 90% das unidades vendidas. Durante 40 anos a indústria de lata trabalhou voltada para esse formato padrão. No entanto, com o aumento generalizado nas vendas de latinhas, houve um crescimento no rol de consumidores, atraindo pessoas com gostos diferenciados. “Hoje existe uma massa crítica e um nicho de consumidores que justificam a produção não só do latão, mas também de outros formatos de embalagens de alumínio”, afirma Bannitz. “A partir do momento que aumenta a quantidade de consumidores que antes não compravam produtos em lata, surgem diferenças na preferência com relação ao formato” acrescenta.

De acordo com o diretor da Latapack-Ball, o interesse das cervejarias sobre a produção desse novo formato de embalagem é cada vez maior. Segundo ele, empresas como AmBev, Cervejaria Petrópolis e Schincariol, já usaram o latão e têm a intenção de continuar usando. A FEMSA, empresa dona das marcas Kaiser, Sol e Bavaria, também já entrou em contato com a fábrica e demonstrou interesse pela produção do latão. “Essas empresas estão interessadas, mas ainda há limitação de produção da embalagem por parte dos fabricantes”, destaca o diretor. A Latapack-Ball, que começou a produzir o latão em abril, já prevê uma expansão na capacidade de produção a partir de março do próximo ano. Para 2008, a estimativa da fábrica é de que sejam produzidas cerca de 150 milhões de unidades. Já em 2009 esperam chegar a uma produção total de até 400 milhões desse tipo de embalagem, alcançando, em 2010, 600 milhões de unidades. Ou seja, esperam um crescimento de mais de 150% na produção por ano.

Nova fábrica da Crown vai fornecer o latão para o Nordeste

A Crown Embalagens Metálicas da Amazônia S.A. também prevê a produção de latão em sua nova fábrica que será instalada em Estância, município de Sergipe. Essa fábrica, com expectativa para operar a partir do final deste ano, terá capacidade para produzir 700 milhões de latas, nos formatos tradicionais (350 ml) e latão (473 ml). O diretor comercial da Crown, Altair Frulane, confirma que na nova instalação haverá produção de latão, disponibilizando esse tipo de embalagem para o Nordeste do país.

A empresa entende que existe um importante mercado a ser explorado nessa região. Segundo Altair, o Nordeste vem apresentando importante crescimento no mercado de cervejas e bebidas em geral, e registra maior aumento no consumo de latas, que cresceu no ano passado entre 15% a 20%, quando comparado ao Brasil – que obteve crescimento nacional de 13,5%. “O mercado como um todo no Nordeste está em franca expansão, o que tem feito a Crown apostar na região” afirma Altair. “Já recebemos pedidos para produção de latão das principais cervejarias e indústrias de refrigerantes”, acrescenta.

O diretor comercial da Crown confirma que o mercado de latão está crescendo a um ritmo de 100% ao ano. Para ele, esse fenômeno é causado por vantagens como a boa relação custo-benefício dessa embalagem, o fato de poder consumir mais e pagar menos, além da comodidade oferecida. “Há uma mudança no comportamento do consumidor que, em ambientes festivos como shows e festas, prefere comprar o latão, pois tem mais bebida para consumir e evita voltar ao ponto de venda para comprar novamente”, explica. Para ele, a venda desse novo formato de embalagem compete um pouco com o mercado das garrafas, por poder ser compartilhada.

>> Notícias da Lata - Edição 19

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