30-03-2007

Fazendo o meio de campo para o bem do meio ambiente

Perfil Sérgio Nascimento

Ver o lixo com outros olhos. Entender seu potencial, tanto como instrumento de geração de emprego e renda, quanto na preservação de recursos naturais. E utilizar a Comunicação para difundir esta forma de pensar para sociedade. Assim pensa e trabalha Sérgio Nascimento, 40 anos, presidente da Associação Meio Ambiente, Preservar e Educar (Amape), do Recife, responsável pela campanha que está estimulando o consumidor pernambucano a utilizar a lata de alumínio para aumentar a renda dos catadores e reduzir o lixo urbano.

Ele tem o segundo grau e acalenta o sonho de fazer um curso de propaganda, porque “a Comunicação é o grande diferencial para fazer com que as pessoas revejam velhos conceitos e possam adquirir novos conceitos”. O pernambucano Sérgio Nascimento utiliza integralmente o conceito de reciclagem no seu dia-a-dia, como “empreendedor social”, estimulando as pessoas a dar aos resíduos sólidos um aspecto sustentável.

Em 1998, criou a Amape com um grupo de amigos. “Há muitos anos observei que as pessoas tinham dificuldade de entender a importância de separar o lixo da coleta seletiva. E na outra ponta eu via os catadores vivendo em situação de risco absoluto. Investimos tempo, estudo e dinheiro para nos tornarmos profissionais que pudessem fazer esse meio de campo”, conta.

Conseguiu, por exemplo, aproximar uma universidade de associações de catadores, utilizando o conhecimento acadêmico para implementar um sistema de coleta seletiva e organizar catadores que seriam beneficiados com os resíduos. A Amape criou também o ecocesto, feito com tampas de refrigerante. Um produto visualmente interessante, utilizado justamente como cesto de coleta seletiva, gerando renda para artesãos.

Foi assim também quando observou o impacto causado pela sucata da lata de aço. “A gente observou que a renda do catador tinha caído e verificou que estava sendo difícil para ele o porquê da mudança. E vimos também o lixo acumulado nas ruas. Uma despesa para todos porque a sociedade tem que pagar ao poder público para recolher as latas de aço, por possuírem baixo valor comercial”.

>> Notícias da Lata - Edição 12

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