Nações Unidas citam modelo brasileiro de reciclagem de latinhas como exemplo a ser seguido
O modelo de reciclagem de latas de alumínio no Brasil, com índices próximos de 100% de reaproveitamento do material, foi citado como exemplo a ser seguido em recente relatório elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). “Os esforços da cadeia de reciclagem – fabricantes, envasadores, cooperativas e recicladores – e do governo, e a sensibilização do público, fizeram o programa de reciclagem da lata de alumínio para bebidas uma experiência bem sucedida com grande impacto social, econômico e ambiental”, relata o documento “Reciclagem de metais – oportunidades, limites e infraestrutura”, divulgado em abril, na Alemanha.
O relatório alerta para a tendência de crescimento da demanda pelos mais diversos metais no mundo e sugere formas de redução do impacto, como a reciclagem. Segundo o estudo, a necessidade global por metais
será de três a nove vezes maior do que o atual e a explicação para isso é o crescimento do consumo por economias emergentes, com produtos mais tecnológicos e estilo de vida similar ao de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
No ciclo de vida dos metais, os pontos de maior impacto ambiental e à saúde humana são os causados pela mineração, o refinamento e o lixo gerado. A reciclagem, reforça o Pnuma, reduz consideravelmente os im
pactos dessas atividades. No caso do alumínio, há uma economia de 95% na energia que seria necessária para produzir o mesmo material a partir da extração da bauxita, acompanhada também de uma redução de 95% na emissão de gases de efeito estufa. “Ao contrário de outros materiais, o alumínio pode ser reciclado infinitamente sem perder suas propriedades”, atesta o documento.
O relatório do Pnuma valoriza o apoio do governo a cooperativas de catadores de materiais recicláveis e destaca a importância de pequenos empreendedores no modelo de reciclagem, seja na economia formal, será na i
nformal. Para o órgão das Nações Unidas, o apoio da infraestrutura pública é ponto fundamental para a economia verde.