27-04-2009

Crise afeta cadeia do alumínio

Redução de preço do alumínio afetou reciclagem, mas volume coletado se mantém elevado

A redução do crescimento mundial afetou dois importantes pontos da cadeia de fabricação de latas: o preço do alumínio primário e o da sucata de latas. A queda na demanda em diversos setores provocou um aumento dos estoques e redução do preço do alumínio no mercado internacional. O desaquecimento da economia também afetou a procura por outros materiais, refletindo-se no mercado de reciclagem. O cenário negativo, entretanto, ainda não atingiu a produção de latas e nem o volume de sucata ofere-cido para reciclagem.

“Estamos trabalhando para um crescimento, este ano, próximo do PIB”, comenta Renault Castro, diretor executivo da Abralatas. “O Carnaval e o calor do Verão mantiveram aquecidos os pedidos da indústria de bebidas neste início de ano, mas não teremos o mesmo desempenho dos últimos anos, nos quais crescemos praticamente o dobro do que se verificou na economia como um todo”. Nos últimos quatro anos, as vendas de latas de alumínio subiram cerca de 40%.

Este aquecimento sazonal também ajudou a evitar uma redução no volume de sucata de latas destinadas à reciclagem. O número de pessoas interessadas em recolher sucata diminuiu consideravelmente por causa do baixo preço de todos os materiais recicláveis. “Houve um certo desestímulo na coleta, muito mais pelo valor de outros materiais do que pelo alumínio. Mas já percebemos uma pressão por aumento. Os preços talvez não voltem tão cedo aos níveis anteriores, mas em termos de volu-me não haverá redução significativa no caso do alumínio”, comentou Paulo Geraldo Corrêa, presidente da Aleris, a maior recicladora do país.

Para André Vilhena, diretor executivo do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), o cenário atual mostrou que as cooperativas precisam estar preparadas para enfrentar oscilações de mercado, seja com fundo de reserva ou capital de giro. Segundo ele, já há uma expectativa de crescimento do valor das sucatas no segundo trimestre do ano, mas o mais provável é que a retomada dos preços venha no segundo semestre. “A configuração do sistema está preservada. Trata-se de uma dificuldade momentânea, um turbilhão que vai passar”, concluiu Vilhena.

>> Notícias da Lata - Edição 24

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