27-04-2009

A pegada das embalagens

Adotado por 30 empresas que buscam o estímulo ao chamado Consumo Consciente, o selo de pegada de carbono (ou rastro de carbono) emitido pela empresa britânica Carbon Trust chegou ao setor de refrigerantes. A Coca-Cola britânica vai colocar em suas embalagens a quantidade de carbono emitida na produção do refrigerante, desde o início da cadeia produtiva até o descarte final, incluindo fases como distribuição e refrigeração.

O resultado comprova, mais uma vez, as vantagens ambientais da lata de alumínio. A pegada de carbono de uma lata de Coca-Cola (330 ml) vendida na Grã-Bretanha é de 170 gramas, enquanto uma garrafa de vidro, com a mesma quantidade da bebida, deixou um rastro de 360 gramas de carbono em seu ciclo de vida. Um impacto duas vezes maior que o da lata. Para a Coca Diet e Coca Zero, a pegada de carbono cai, respecti-vamente, para 150 e 340g.

O estudo da Carbon Trust mostrou que o reaproveitamento da embalagem torna a lata ainda mais sustentável. A análise indica que a reciclagem de uma lata de alumínio pode reduzir em até 60% a pegada de carbono.

Não é a primeira vez que a Coca-Cola dá sinais de que a lata é a embalagem de menor impacto ambiental. Na edição de abril de 2008 da revista Fortune, o Chairman e CEO da Coca-Cola, Neville Isdell, foi questionado como seria uma embalagem sustentável. “Esta é uma embalagem ideal”, disse, mostrando uma lata de alumínio de Coca Zero.

Em entrevista recente ao jornal Valor Econômico, David Vincent, diretor de projetos da Carbon Trust, mostrou que há uma preocupação crescente do consumidor sobre a questão. “Dois terços dos consumidores britânicos prefeririam produtos de baixa emissão de carbono, se tivessem essa informação”. A Carbon Trust é uma empresa criada pelo governo britânico com o objetivo de desenvolver tecnologias e ferramentas para aumentar a eficiência energética e reduzir emissões de carbono.

Estudo confirma análise brasileira

O estudo realizado pela Carbon Trust vale apenas para os produtos vendidos na Grã-Bretanha, pois leva em consideração aspectos como o transporte e a distribuição da bebida, além da sua refrigeração. As distâncias brasileiras e a nossa matriz energética certamente produziriam resultado diferente. Mas existe pesquisa semelhante no país, desenvolvida pela engenheira química Renata Valt, que analisou o ciclo de vida de embalagens para refrigerante.

O trabalho de Renata mostrou que, com os atuais índices de reciclagem do país, a lata de alumínio é a embalagem de menor impacto ambiental, seja do ponto de vista do esgotamento de recursos naturais, como pelo impacto sobre o aquecimento global e pelo efeito fotoquímico resultante de sua fabricação.

“Os valores Eco-Indicador obtidos através da análise do ciclo de vida dos sistemas estudados revelam que, para as categorias de impacto adotadas, a lata de alumínio é a que tem menor contribuição negativa ao meio ambiente (comparada às garrafas de PET e de vidro)”, conclui a engenheira química.

>> Notícias da Lata - Edição 24

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