23-10-2009

Produção de latas introduziu no país conceito da reutilização de embalagens

Fabricante lançou o primeiro programa permanente de reciclagem de embalagens pós-consumo no Brasil, em 1989

A lata de alumínio começava a ser produzida no Brasil, em fábrica da antiga Latasa, em Pouso Alegre (MG), há 20 anos. Começava a história de sucesso da embalagem que introduziu no país o primeiro programa permanente de reutilização de embalagens pós-consumo e que alterou o mercado de bebidas.

Desde o início de sua produção até hoje, a lata de alumínio vem aumentando sua participação no mercado brasileiro de embalagens para bebidas. Hoje, um terço das cervejas produzidas no Brasil é vendido em lata de alumínio. O grande potencial de crescimento desse mercado logo despertou o interesse de grandes multinacionais do ramo pelo país. Em dezembro de 1996, a Crown Embalagens se instalava em Cabreúva (SP). No ano seguinte, a American National Can (ANC) inaugurava unidade em Extrema (MG) e a Latapack-Ball começava a operar em Jacareí (SP). Em 2000, a inglesa Rexam chegou ao país comprando a ANC e três anos depois as fábricas da Latasa.

Essas fabricantes rapidamente ampliaram a produtividade, fabricando corpo e tampa em locais estratégicos do país. Hoje a capacidade de fabricação chega a mais de 16 bilhões de unidades ao ano, em 15 fábricas espalhadas pelo país, sendo uma em construção com previsão de inauguração ainda para este ano. A chegada da lata no Brasil foi fundamental para consagração do conceito de sustentabilidade e promoveu a criação do modelo brasileiro de reciclagem. Concebido como uma forma de tornar a embalagem mais acessível aos consumidores, esse modelo acabou tornando-se sustento para milhares de famílias, que hoje vivem da coleta de latas como principal fonte de renda”, destacou o diretor-executivo da Abralatas, Renault Castro.

O volume anual coletado no país equivale ao trabalho de 184 mil pessoas. Segundo ele, o sucesso do modelo brasileiro de reciclagem de latas de alumínio pode ser atribuído principalmente ao alto valor da sucata, que estimula e subsidia o recolhimento de outros materiais menos rentáveis para o catador. Os ganhos dessa atividade são percebidos tanto na área social, ao gerar emprego e renda para população de baixa qualificação profissional, como ambiental, possibilitando economia de energia e baixa emissão de gás efeito estufa.

Lançamento

No mundo, a lata surgiu pela primeira vez em 1959, quando a Cervejaria Coors, dos Estados Unidos, disponibilizou aos seus consumidores a nova embalagem. A iniciativa foi tomada pela indústria após dois anos de estudos na busca de uma inovadora alternativa para armazenar a bebida. A cerveja em lata foi colocada a venda em pacote de oito latas e simultaneamente foi criado um modelo de logística reversa. Ou seja, pagava-se um centavo por lata devolvida pelo consumidor – um típico processo de reciclagem e ação de sustentabilidade nascia junto com a embalagem. No início as latas eram fabricadas em duas peças (corpo e tampa), formato que sofreu diversas adaptações (como no diâmetro da tampa). As grandes inovações tecnológicas permitiram o aprimoramento da lata, que quando começou a ser produzida no Brasil contou com o que havia de mais moderno no mundo.

>> Notícias da Lata - Edição 28

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