30-05-2007

Editorial – Por André Balbi, Presidente da Abralatas

Olhar a performance do setor de lata de alumínio no país sem observar a questão da reciclagem não revela todos os benefícios que essa embalagem pode trazer para o país. Estamos crescendo, batemos o recorde de vendas no ano passado e – a julgar pelos primeiros números de 2007 – teremos um excelente desempenho neste ano. O setor cresce mais que a média da indústria, gera empregos e amplia o volume de impostos recolhidos apesar dos gargalos inexplicáveis que limitam o desempenho da embalagem de menor impacto ambiental.

Mas, só isso não mostra o todo. Temos por trás uma cadeia produtiva formada por pelo menos 160 mil brasileiros, homens e mulheres que, organizados em cooperativas e pequenas empresas ou não, colocam o país na vanguarda da reciclagem do mundo. A lata de alumínio e seu alto valor agregado arrastam outras sucatas neste processo, como relatou a Aleris durante o evento Sustentável 2007.

Mas, é justamente aí que mora o perigo. Boa parte da coleta de sucata ainda é feita de maneira informal, muitas vezes envolvendo o esforço de famílias inteiras – inclusive crianças – para ampliar a renda doméstica. Daí a importância do setor produtivo apoiar iniciativas como o Programa Catavento, da OIT, que integra ações de prefeituras, ONGs e empresas e cria mecanismos para erradicar o trabalho infantil no Paraná.

A participação da Abralatas nesse Programa simboliza nosso inconformismo diante de um problema que ocorre em várias atividades informais. Temos consciência de que é preciso muito mais para resolver o grave problema do trabalho infantil. Mas, grandes jornadas iniciam-se sempre por um primeiro passo, que desejamos ver seguido por outras entidades.

>> Notícias da Lata - Edição 13

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